O acusado de matar o jovem estudante do curso de Educação Física
Fabrício Martins Teixeira foi condenado a 15 anos e 6 meses de prisão nesta quinta-feira (24). O júri popular de
Hiago Pereira da Silva ocorreu na sede da Ordem dos Advogados do Brasil em Araguaína
. Hiago foi condenado por homicídio qualificado, praticado por motivo fútil, meio cruel, dissimulação, ocultação de cadáver e também por fraude processual. A acusação foi feita pelo Ministério Público Estadual. O motivo do crime seria um vídeo gravado por Hiago mostrando as partes íntimas de Fabrício no banheiro da empresa onde os dois trabalhavam. Conforme a denúncia, ao saber que tinha sido filmado, Fabrício Martins passou a exigir 4 mil reais de Hiago para não entregá-lo à direção da empresa. O promotor de justiça
Pedro Jainer Passos argumentou que houve vários dias de negociação até Hiago arquitetar o plano para matar Fabrício. Hiago foi preso no dia 08 de junho, cinco dias após o
corpo do jovem ter sido encontrado em avançado estado de decomposição dentro do Córrego Canindé, próximo ao Parque Cimba. Mesmo perto do corpo, o acusado
continuou levando a vida normalmente. ENTENDA O jovem Fabrício Martins desapareceu na noite do dia 19 de maio de 2017, quando completaria 24 anos, e sua motocicleta foi encontrada abandonada no dia seguinte numa rua do Setor Jardim Paulista. O corpo só foi localizado no dia 03 de junho. O autor do crime foi preso cinco dias depois e confessou à polícia.
VEJA OS DETALHES Antes do crime Na noite do crime,
Hiago contou que estava em sua residência e começou a conversar com
Fabrício, provavelmente por mensagens. Nesse diálogo, o acusado teria dito que podia pagar R$ 1 mil da quantia exigida pela vítima, no entanto, Fabrício não aceitou alegando que o valor era insuficiente. Nessa noite, os dois combinaram de Fabrício ir até a casa de Hiago.
Chegada de Fabrício na residência Hiago contou à Justiça que Fabrício já chegou agressivo em sua residência e que, por esta razão, os dois começaram uma discussão. Ele disse que o primeiro golpe de faca contra Fabrício só foi desferido após a vítima ter lhe dado um soco e avançado contra ele. O acusado contou também que mesmo após a primeira facada,
Fabrício ainda continuou a lhe bater, e só caiu quando foi empurrado em direção ao banheiro. Enquanto o depoimento do acusado aponta para um crime praticado em legítima defesa, as investigações mostraram o contrário. Para o delegado
José Rérisson Macedo, responsável pelas investigações, o crime foi praticado com "certa premeditação", já que
Hiago teria esperado "o momento oportuno para ceifar a vida da vítima". O delegado acredita que
Fabrício estava de costas quando recebeu a primeira facada, pois todas as outras seguintes foram nessa mesma região do corpo.
Transporte do corpo Hiago segue seu relato contando que não chegou a cortar o corpo de Fabrício após sua morte. Ele pegou um carrinho de mão para transportá-lo e o deixou na calçada, para que alguém pudesse ver, mas o cadáver rolou e caiu no córrego, que ficava cerca de três esquinas de sua casa. Por esse motivo,
Hiago alega que não ocultou o cadáver, como aponta a acusação do Ministério Público Estadual, pois conforme seu relato, ele "apenas o jogou no local". A casa onde
Hiago morava fica localizada na Rua Voluntários da Pátria, no Bairro São João. O corpo de Fabrício foi encontrado enrolado numa toalha e amarrado com fios de varal de roupa dentro do Córrego Canindé, nas proximidades do Parque Cimba.
A motocicleta A moto de Fabrício foi encontrada no dia seguinte ao seu desaparecimento abandonada numa rua do Setor Jardim Paulista.
Hiago contou que pegou o veículo sem o ligar e saiu empurrando pelas ruas da cidade até onde a deixou. Ainda segundo o acusado, a moto foi levada para outro local para que ninguém suspeitasse dele.