A criação de uma "bancada católica" na Câmara de Palmas foi discutida durante um encontro entre vereadores e o representante da Arquidiocese na capital, padre Eduardo Augusto Zanon, nesta quinta-feira (20). De acordo com o pároco, a discussão foi produtiva e espera-se uma aproximação entre a igreja e a Casa de Leis.
“Estamos articulando com os vereadores para que valores sociais sejam trabalhados com mais amplitude. Isso porque a espiritualidade é importante em todos os ambientes”, destaca. Para o presidente da Casa, a igreja católica também pode e deve estar presente nos debates que são de interesse da sociedade. “
Estamos propondo também a criação da capelania da Câmara, que vem justamente para fortalecer a palavra de Deus nesta Casa. Para que um dia da semana um padre possa vir aqui pregar o evangelho para nós e nos fortalecer espiritualmente”, pontua Folha. A vereadora Laudecy Coimbra apoiou a criação tanto da capela, quanto da bancada católica e destacou a importância do papel das igrejas na sociedade.
“Elas exercem um papel social importantíssimo, porque ajudam o poder público na diminuição da violência, no controle das drogas, tiram os jovens da marginalidade, então as igrejas, sejam católicas ou evangélicas, cumprem a sua função social e nós devemos apoiar esse trabalho”, finalizou a parlamentar.
Divergência Já o vereador professor Júnior Geo discordou da criação da bancada católica. “
Sou católico, filho, neto e bisneto de católicos, não sou a favor de bancadas religiosas porque independente de religião, fui eleito para representar a sociedade”, argumentou. O parlamentar ainda justificou que seu posicionamento é o respeito a toda e qualquer religião. “
Vivemos em um país laico. Estamos em defesa do que é correto para a sociedade, fomos eleitos para fiscalizar ações do executivo, lutar por melhorias que beneficiem a todos e contribuam para o crescimento da nossa cidade”, explicou. Para Júnior Geo, os vereadores podem e devem atuar em defesa da família, independente de pertencer a bancadas segmentadas.
“Sou contrário à necessidade de criar uma bancada religiosa. Segmentar uma Câmara Municipal num país laico é questionável. Reafirmo meu respeito ao direito de cada vereador desta Casa optar pela criação de bancadas religiosas”, reforçou o parlamentar.