Cadê o dinheiro?

Brasil recebeu apenas 0,2% da receita da Copa devido corrupção na Fifa; projeto no Tocantins está parado

Por Redação AF
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26/12/2015 11h54 - Atualizado há 5 anos
A FIFA suspendeu o envio de dinheiro para a que havia prometido como parte do legado que deixaria ao Brasil depois da Copa do Mundo. Novas auditorias estão sendo realizadas e não existe prazo para a retomada da transferência dos recursos. Passados 17 meses do Mundial de futebol mais rentável da história, o Brasil recebeu apenas 0,2% da receita da Copa, de cerca de US$ 5 bilhões. Durante a preparação para o Mundial, a Fifa anunciou que criaria um fundo de US$ 100 milhões para desenvolver o futebol brasileiro. Até hoje, porém, apenas US$ 8,7 milhões foram liberados e, em terrenos comprados com o dinheiro, os projetos não têm data para ocorrer enquanto novos recursos não forem liberados. Oficialmente, a entidade não dá explicações à suspensão. Mas, segundo um porta-voz, “requisitos adicionais de informes e auditorias estão atualmente sob discussão com a CBF”. Tanto o presidente licenciado da CBF, Marco Polo Del Nero, como os ex-­presidentes José Maria Marin e Ricardo Teixeira estão sendo investigados na Fifa por corrupção. Os três também foram indiciados pelo FBI. Na CBF, a direção de Comunicação confirma o congelamento dos recursos. Mas aponta que o problema estaria na Suíça. “Segundo a Fifa, tendo em vista os acontecimentos recentes, a entidade está totalmente dedicada na revisão de seus processos de compliance financeiro. O presidente do Comitê de Auditoria e Compliance e o departamento jurídico da entidade optaram por interromper qualquer envio de recursos de projetos de desenvolvimento, onde o Projeto de Legado da Copa do Mundo se encaixa”, indicou. O fundo foi criado em 2013, diante dos protestos no Brasil contra a Fifa num esforço para demonstrar que a Copa traria vantagens ao futebol brasileiro. Até hoje, apenas US$ 8,7 milhões foram enviados ao Brasil. US$ 3,1 milhões foram usados pela própria Fifa em gastos no Brasil. Outros US$ 5,5 milhões entraram nos cofres da CBF ­ 40% foi alvo de tributação. Durante a Copa, em 2014, um centro de treinamento foi inaugurado em Belém. Mas, desde então, pouco se avançou em outros projetos. De acordo com a CBF, US$ 3,3 milhões do fundo da Fifa foram usados para construir centros de treinamentos. Terrenos foram comprados em Porto Velho (RO), diz a entidade. Num documento enviado à CPI do Futebol e obtido pelo Estado, um informe da Fifa aponta que ainda estavam sendo procurados terrenos em Alagoas, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Paraíba, Roraima e Santa Catarina. Centro de Treinamento no Tocantins Na capital do Tocantins, Palmas, um outro terreno de 40 mil metros quadrados foi comprado e a promessa era de que, até o final deste ano, as obras começariam. Hoje, porém, não existe nenhum sinal de obras. “O processo de concorrência para contratação das construtoras só pode ser iniciado quando se tem a garantia de envio dos recursos por parte da Fifa”, explicou a CBF. A Federação de Futebol do Tocantins é uma velha aliada da CBF. Seu presidente, Leomar Quintanilha (PMDB-­TO), foi um dos políticos que recebeu doações da CBF para sua campanha ao Senado. Segundo a CBF, o dinheiro do Fundo também foi usado para “o suporte técnico na compra dos mencionados terrenos, elaboração de projetos arquitetônicos e executivos e gerenciamento das obras”. Os recursos ainda foram destinados à “elaboração de modelo de gestão e governança a ser aplicado nos Centros de Desenvolvimento do Futebol”. A CBF afirma ainda que realizou “seminários de futebol feminino, com a presença de representantes de todas as 27 federações estaduais, dos 20 clubes mais bem ranqueados, de ex-­jogadoras e demais stakeholders da modalidade”, entre outras atividades. FORTUNA US$ 5 bilhões foi a receita da Copa do Mundo de 2014, a mais rentável da história da Fifa US$ 3,3 milhões foram usados para a construção de centros de treinamento, de acordo com a CBF R$ 2 milhões custou um terreno de 40 mil metros quadrados em Palmas, capital do Tocantins. As obras no local ainda não começaram Estadão Conteúdo.

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