Suposto desvio de R$ 10 milhões

Candidatos a prefeito, vice e vereadores estão entre os investigados pela PF no suposto Mensalão de Goiatins

Por Redação AF
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26/09/2016 10h01 - Atualizado há 5 anos
A pequena cidade de Goiatins, alvo de um escândalo investigado pela Polícia Federal que teria desviado dos cofres do Município cerca de 10 milhões de reais, está no foco de outra polêmica: pelo menos seis candidatos, incluindo dois que postulam a vaga de prefeito, estão na lista dos investigados. O atual prefeito, Vinicius Donnover, encontra-se preso preventivamente desde o dia 27 de julho, no Presídio Barra da Grota. Candidatos a prefeito A cidade tem três candidatos ao cargo de Chefe do Executivo. Uma das candidatas é Genelice Lima (PMDB), cartorária e empresária.  Ela teve dois filhos presos preventivamente na Operação Bagration da Polícia Federal suspeitos de integrarem a organização criminosa que desviou cerca de 10 milhões de recursos da educação. Seu cartório também foi alvo de mandados de busca e apreensão e está sob investigação da PF por ocultar procurações e contratos de compra e venda e escrituras em nome de ‘laranjas’ do prefeito preso na operação. Sua irmã, Genelúcia Lima, proprietária de um Supermercado também é investigada por supostas fraudes em licitações. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), os filhos da candidata seriam “laranjas” do prefeito Vinicius. O prefeito teria colocado em seus nomes bens e empresas de fachadas. Outro que está no foco da investigação é o candidato a vice-prefeito de Antônio Luiz, Domingos de Sousa Gonçalves (Dominguim do Peixe). Ele é atualmente vereador no município e também investigado na mesma operação, suspeito de contratar empréstimos consignados de forma fraudulenta como funcionário fantasma da Prefeitura. Consta na investigação da PF que o vereador era funcionário fantasma (Radiologista) e “provavelmente participou da fraude para fins de pagamento de uma espécie de ‘Mensalão de Goiatins’, já que há informações de que a maioria da Câmara Municipal é ‘vendida’ à atual administração”. Candidatos a vereadores Quem postula a reeleição é a vereadora Diana Campos (PPS). Ela é oficial de justiça e foi presa preventivamente pela Polícia Federal por suposto envolvimento nos crimes apurados. A vereadora teria se utilizado do cargo de oficial de justiça para beneficiar o prefeito preso. Consta na denúncia do Ministério Público Federal (MPF) que ela “acoberta e embaraça processos de Vinicius na Justiça Estadual e pode prejudicar os trabalhos do MPE na apuração de crime relacionados à esfera estadual”. Há também registro de transferência de valores em sua conta bancária. O contador Carlos Regino Rodrigues Correia (PSDB) também disputa uma vaga de vereador. Regino foi preso temporariamente na mesma operação. Ele seria o contador de uma das empresas fantasmas do prefeito preso. O ex-vereador Rilmar Alves dos Santos (PR) tenta voltar à Câmara. Ele também é investigado pela Polícia Federal e foi conduzido coercitivamente para prestar depoimento na Delegacia em Araguaína. Ele teria contraído empréstimo consignado fraudulento como servidor efetivo do município, sem nunca ter vínculo empregatício. “Constata-se que houve fraude documental no sentido de forjar vínculo público inexistente de forma a obter empréstimo consignado fraudulentamente, ou seja, é um funcionário fantasma”, diz o Ministério Público Federal. Dinheiro da educação A investigação da PF apontou que o prefeito Vinicius transferia todos os meses, para outras contas da prefeitura, quase a integralidade dos valores recebidos para manutenção da educação, aproximadamente R$ 800 mil por mês. Interceptações telefônicas autorizadas pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) apontam, ainda, que ocorreram direcionamentos de procedimentos licitatórios ao Supermercado de Genelúcia e empresas laranjas do prefeito, além de veículos particulares que eram abastecidos com recursos públicos, construção de casas pelo prefeito com material adquirido com recursos públicos, transporte de pessoas com recursos da prefeitura para alteração de domicílio eleitoral e ocultação de bens pelo prefeito Donnover. A PF constatou transferência de R$ 43 mil para a conta do Supermercado para suposta aquisição de alimentos para a merenda escolar, contudo, segundo a investigação, as crianças estavam sem o alimento e o dinheiro do FUNDEB não pode ser usado para essa finalidade, já que há dinheiro específico. A investigação afirma que o próprio prefeito teria apresentado um contracheque fraudulento para contrair um empréstimo consignado junto ao banco Gerador. Ele tinha salário de R$ 10 mil, mas apresentou documento constando R$ 15 mil. Vinicius também é investigado em outros inquéritos que apuram fraudes em licitação da merenda escolar, desvios de verbas da saúde, desvio de verbas do transporte escolar, falta de pagamento do salário dos professores e desvio de verbas do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) e Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE). Os citados na reportagem não foram encontrados para comentar o assunto. O espaço está aberto.

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