Em meio a tantas mudanças e reviravoltas no Governo do Estado, poucas pessoas perceberam a 'jogada de mestre' do governador interino Mauro Carlesse (PHS). O fato tem relação com as recentes exonerações em massa.
Vamos recordar. No dia 21 de abril, um dia após retornar ao Palácio Araguaia, Carlesse exonerou 100% dos assessores especiais sob a justificativa de cortar gastos e adequar o Estado à Lei de Responsabilidade Fiscal.
Naquela data a assessoria de comunicação do Governo informou que as demissões atingiriam 1.359 servidores, sendo 1.233 exclusivamente comissionados e 126 servidores efetivos exonerados de seus cargos em comissão.
As exonerações em foco foram feitas através do ato nº 590 e atingiu os assessores de níveis I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII, IX, X, XI e XII, e símbolo AE-1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11 e 12. Tudo sem divulgar os nomes dos demitidos.
Três dias depois, Carlesse revogou todas essas exonerações através do ato nº 623, ou seja, todos os assessores voltariam aos seus cargos, em tese.
Mas na mesma medida, o governador interino anunciou a exoneração de 769 assessores (que já tinham sido exonerados no ato nº 590), agora com a divulgação dos nomes e identificação do nível e símbolo.
Conclui-se, portanto, que os assessores exonerados de fato são apenas os 769 e, indiretamente, Carlesse recontratou 590 assessores. E não é somente isso, pois o governador aproveitou para nomear novos assessores.