Formoso do Araguaia

MPE quer saber se jovem morto por PMs com tiro nas costas estava armado ou não

Por Redação AF
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26/03/2018 17h21 - Atualizado há 5 anos
O Ministério Público Estadual (MPE) devolveu à polícia civil o inquérito que trata do homicídio de Wilquer Romano da Silva, de 19 anos, em Formoso do Araguaia, a fim de que sejam realizadas novas diligências para a composição do convencimento jurídico referente à denúncia. A Promotoria de Justiça e o Grupo Especial de Controle Externo da Atividade Policial (Gecep) vão checar a veracidade da versão apresentada pelo policial investigado, objetivando descobrir se a vítima estava ou não armada na ocasião dos fatos. Requisitam, ainda, a cópia integral do inquérito policial militar que apura os mesmos fatos, com o objetivo de identificar possíveis conflitos entre os depoimentos dos policiais presentes na cena do crime, viabilizando a reprodução simulada dos fatos ou outras diligências necessárias. Tão logo as diligências estejam cumpridas na íntegra, o Gecep e o Promotor de Formoso devem deliberar se oferecem a denúncia, promovem o arquivamento do inquérito ou requerem novas diligências sobre o caso. ENTENDA

Wilquer foi morto por policiais militares no dia 3 de janeiro, em Formoso do Araguaia, sul do Tocantins. A família diz que o jovem não estava armado e foi baleado pelas costas. A Polícia Militar diz que o rapaz reagiu a uma abordagem.

Uma arma e um celular foram apreendidos na cena do crime, mas a família garante que o revólver não estava com Wilquer antes dos tiros.

Segundo a PM, a vítima estava no Setor Aliança em uma motocicleta e fugiu quando foi abordado. Ainda segundo a PM, Silva apontou uma arma em direção à viatura e fez um disparo, momento em que os policiais revidaram e o atingiram.

Equipes de socorro do município foram chamadas, mas o jovem não resistiu aos ferimentos e morreu no local. A Polícia Civil informou que ele não tinha passagem pela polícia.

A mãe de Wilquer Romano afirma que o jovem não estava armado. "Dizendo o povo que ele estava trocando tiro, mas era mentira. Não tem arma. Como vai trocar tiro se não tem nada para fazer isso? Ele levantou a blusa, desceu o short e falou: 'ô seu menino, não me mata não, eu vivo do meu serviço'. Aí foram e atiraram nele. A polícia mandou ele virar as costas e no que ele virou, a polícia atirou nele", diz a mãe Valdirene Romana da Silva.

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