Sem Negociação

Sem comer há mais de 80 horas, grevistas saem da Câmara de Palmas carregados numa maca

Por Redação AF
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25/09/2017 12h36 - Atualizado há 5 anos
Dois servidores do grupo que havia aderido à greve de fome, em nome de toda a rede municipal de Palmas, abandonaram o movimento ontem (24) após terem complicações de saúde. Conforme informações do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Tocantins (Sintet), Antonio Chadud e Vinícius Luduvice deixaram a Câmara de Palmas carregados numa maca após 86 horas sem se alimentar. Eles foram encaminhados para um hospital, medicados e já estão casa. Não puderam prosseguir com o protesto por orientações médicas, de acordo com o Sintet. Já Neilon William, Pinheiro Alves, Márcio Brasil, Taina Paz e Fábio Lopes  ainda estão na greve de fome que já dura cinco dias, mais de 110 horas. Apesar da repercussão expressiva da atitude dos professores do município, divulgada inclusive pelo Mídia Ninja, o prefeito de Palmas Carlos Amastha (PSB) parece não se sensibilizar. Sem abertura à negociação, o gestor, na verdade,  tem ironizado o protesto da categoria e ameaçado os professores, segundo informações do Sintet. Em um vídeo que circula nas redes sociais, o professor Vinícius Luduvice comenta o movimento dos servidores de Palmas e a atitude do prefeito da Capital, classificada por ele como "intransigente". Poucas horas antes de passar mal e ter que abandonar o protesto, o educador pede o apoio dos demais trabalhadores em educação do Brasil e critica Carlos Amastha.  Durante sua fala, Vinícius ressalta que Amastha é "empresário" e classifica as propagandas da educação de Palmas como falaciosas. "Palmas é vendida como educação de referência, de excelência. Mas só fica muitas vezes no marketing né, esquecem de olhar de uma das principais coisas da educação que são os trabalhadores. As escolas, os prédios são importantes. Mas as pessoas é que realmente dão vida à educação", destaca o professor. O servidor continua ainda seu vídeo dizendo que o prefeito já ameaçou os trabalhadores de diversas formas, inclusive de exoneração. AMASTHA  Enquanto os trabalhadores reivindicam e buscam apoio Brasil a fora para seu movimento, em Palmas, o prefeito usa seu Twitter para mostrar que está "tudo bem". Numa sequência de tweets, Amastha mostra suas viagens, outras ações da educação e ressalta que os alunos já estão em sala de aula com os servidores nomeados por ele para substituir os professores efetivos. "Apenas para lembrar aos pais de família que todas as escolas e CMEIS da rede municipal de ensino estão funcionando normalmente. Por Palmas.", twittou o prefeito de Palmas há 5 horas atrás. PAIS E ALUNOS Ao contrário do que divulga o prefeito, os pais e alunos da rede municipal não aparentam estar tão satisfeitos assim. Um grupo de estudantes, juntamente com seus responsáveis, já esteve em frente à prefeitura reivindicando o retorno das aulas, mas com os professores grevistas. No protesto, alunos exibiam cartazes chamando Amastha de "caloteiro" e clamando pela volta de "seus professores". Conforme a Defensoria, 40 pais de alunos também estiveram no órgão para resguardar o direito de seus filhos enquanto alunos da rede municipal de ensino. GREVE  A greve começou no dia 5 de setembro. Por meio dela, os professores pedem o pagamento da data-dase, progressões e titularidades. Além disso, a categoria também quer a eleição de diretores e o cumprimento da negociação que a gestão Amastha fez ainda em 2015 durante outra greve. Hoje, o Ministério Público Estadual (MPE-TO) deve realizar uma audiência entre representantes da categoria e a gestão municipal a pedido do Sintet. O objetivo é tentar um acordo.   VÍDEO DIVULGADO PELO MÍDIA NINJA... https://www.facebook.com/MidiaNINJA/videos/982408438583968/

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