Opinião

Vereadores esquecidos por Dimas na inauguração da Via Lago é o ônus da unanimidade

Por Redação AF
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16/11/2017 23h29 - Atualizado há 5 anos
Arnaldo Filho //Opinião A glamurosa inauguração da maior obra de engenharia da atualidade no Tocantins, a Via Lago, em Araguaína, deixou alguns ranços no meio político e insatisfação por parte de aliados, até então fieis, do engenheiro idealizador do novo cartão postal cidade, o prefeito Ronaldo Dimas. Diz o velho ditado que 'Santo de casa não faz milagres'. Mas não é só isso, além de não operar fatos 'milagrosos', o 'santo' raramente é lembrado quando o improvável acontece. Talvez por essa razão que a Câmara Municipal de Araguaína e seus representantes (vereadores) passaram totalmente despercebidos, como verdadeiras figuras ocultas em meio a tantas celebridades que disputavam o melhor ângulo na foto. No primeiro dia do evento, com um show de 'estrelas' do alto escalão político do Estado, ofuscados pelos holofotes da mídia e por uma multidão estimada em 51 mil pessoas – segundo a ASTT, a Câmara sequer foi mencionada, ainda que genericamente como Poder Legislativo Municipal, o responsável por aprovar as incontáveis mudanças imprimidas pela atual gestão na cidade - remédios milagrosos e também amargos à população. Já no segundo dia, os vereadores passariam novamente despercebidos não fosse a intransigência do decano da Casa de Leis, o vereador Aldair da Costa Sousa, (Gipão), detentor de cinco mandatos consecutivos, e atual líder do prefeito. Quando a cerimônia já descambava para os ritos finais, com o pronunciamento de Ronaldo Dimas, eis que surge o inesperado, no momento em que o gestor se lembrou de reconhecer publicamente a contribuição da Câmara, mas somente porquê havia recebido reclamações de alguns vereadores que já estavam 'enciumados'. Para remediar o esquecimento, Dimas quebrou o protocolo e entregou o microfone ao seu líder. Gipão admitiu estar mesmo enciumado, já que a solenidade deu fama a figuras que em nada contribuíram para a realização da obra, mas acabou esquecendo os 'santos de casa'. No seu desabafo, o líder destacou o importante papel da Câmara em vários projetos do prefeito, a exemplo do Parque Cimba, do financiamento de 54,9 milhões de dólares para macrodrenagem de Araguaína e também na aprovação do Orçamento 2017, que assegurou a contrapartida do Município para execução da Via Lago. Dimas, por sua vez, disse que Gipão representou muito bem a Câmara naquele momento e pediu desculpas ao presidente da Casa, vereador Marcus Marcelo, por tê-lo preterido. Antes disso, o gestor enfatizou que pela primeira vez na história da cidade um prefeito colocava os nomes de todos os vereadores nas placas das obras inauguradas. Mas quem acompanhou de perto a 'saia justa' garante que o episódio gerou clima de tensão e nervosismo entre os vereadores, todos estavam de cara ruim, naturalmente. De toda sorte, o esquecimento pode ser o 'preço' que a Câmara tenha que pagar por apoiar cegamente quase todos os atos do prefeito. Lá no plenário, a unanimidade é quase a regra, nem se fala mais em oposição. É muito difícil valorizarmos aquilo que não sabemos o valor que tem.

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