<div style="text-align: justify;"> <span style="font-size:14px;">Operação da Polícia Federal (PF) deflagrada neste sábado, 18, em três Estados desarticulou uma quadrilha que teria desviado R$ 73 milhões da Mega-Sena, jogo de loteria da Caixa Econômica Federal. O banco relatou à PF que se trata da maior fraude já sofrida em toda sua história.</span><br /> <br /> <span style="font-size:14px;">No último dia 5 de dezembro, uma conta foi aberta na agência da Caixa em Tocantinópolis para pagar R$ 73 milhões de prêmio da Mega-Sena.<br /> <br /> A autorização para abertura da conta foi do gerente geral da Agência, Robson Pereira do Nascimento, que usou sua senha para retirar o valor da conta interna da instituição de pagamento de prêmios.<br /> <br /> Logo após a conta ter sido aberta, foram feitas transferências de R$ 40 milhões para uma conta em São Paulo e R$ 33 milhões para outra em Goiás. A partir daí, passaram a ser feitas várias transferências de valores mais baixos, inclusive para outros bancos, para permitir o saque dos valores.</span><br /> <br /> <span style="font-size:14px;">Um dos envolvidos na fraude é o suplente de deputado federal Ernesto Vieira Carvalho Neto, que disputou a vaga em 2010 pelo PMDB do Maranhão na chapa da governadora Roseana Sarney (PMDB). Segundo os investigadores relataram ele teria comprado um avião com o dinheiro desviado da CEF e teria a intenção de usá-lo numa fuga.<br /> <br /> <u><strong>Prisão do suplente de deputado federal</strong></u></span><br /> <br /> <span style="font-size:14px;">A Polícia Federal prendeu na tarde deste sábado, em Estreito, no Maranhão, o suplente de deputado federal Ernesto Vieira Carvalho Neto (PMDB-MA), apontado como mentor do golpe. A polícia procura ainda mais quatro acusados de envolvimento com a fraude. </span><br /> <br /> <span style="font-size:14px;">O delegado da PF em Araguaína, Omar Pepow, afirmou que todos os gerentes de agência da CEF podem movimentar a conta da Mega-Sena, mas o procedimento correto é que a validação do bilhete seja feita antes que o dinheiro seja colocado na conta do premiado. Nascimento, segundo ele, não fez isso. Cobrado, alegou que tinha mandado o bilhete e a documentação do ganhador pelo malote. Em seguida, como estava em férias, passou a dizer que estava em viagem pelo Ceará e verificaria o que ocorreu quando retornasse ao trabalho.<br /> <br /> Segundo Pepow, após investigação interna, que durou seis dias, a CEF percebeu a fraude e acionou a Polícia Federal.<br /> <br /> - Na verdade, o bilhete falso nunca apareceu. O gerente nunca mostrou. Disse que havia mandado por malote apenas para ganhar tempo - disse Pepow.<br /> <br /> Pepow afirmou que o suplente de deputado foi descoberto porque forneceu um comprovante de endereço para abrir a conta em nome de uma pessoa fictícia. A partir desta descoberta da PF, foram realizadas escutas que mostraram conversas entre ele e o gerente da agência antes do golpe.<br /> <br /> <u><strong>70% do valor foi recuperado, diz PF</strong></u><br /> <br /> Segundo o delegado regional executivo da PF em Tocantins, Almir Clementino Soares, a PF pediu o bloqueio das contas à Justiça e, com isso, 70% do valor foi recuperado, evitando que a fraude se transformasse também no maior prejuízo da instituição com algum golpe.<br /> <br /> Soares informou que, dos cinco procurados, três são do Maranhão, um de Goiás e um de São Paulo. Todos estão com prisão preventiva decretada e não foram localizados neste sábado. A partir de agora, são considerados foragidos, pois já há provas contra eles de participação no golpe. Na residência do procurado em Goiás, por exemplo, foram apreendidos extratos bancários que comprovam que ele movimentou o dinheiro da conta.<br /> <br /> Os envolvidos podem responder pelos crimes de peculato, receptação majorada, formação de quadrilha e de lavagem de dinheiro. Caso os suspeitos sejam condenados as penas somadas podem chegar a 29 anos de prisão.<br /> <br /> A operação realizada neste sábado, que contou com 65 policiais federais nos estados, foi batizada de Éskhara, e cumpriu dez mandados de busca e apreensão em Goiás, Maranhão e São Paulo, além do Tocantins.</span><br /> <br /> <span style="font-size:14px;">A operação da PF ocorre no momento em que a CEF tenta abafar uma crise após a revelação pela revista IstoÉ de que se apropriou de R$ 719 milhões de saldos de contas bancárias de clientes que foram encerradas por iniciativa do banco. ( O Globo e Estadão).</span></div>