<div style="text-align: justify;"> <span style="font-size:14px;"><u>Arnaldo Filho</u><br /> <em>Opinião</em><br /> <br /> A organização e fiscalização do trânsito de Araguaína é um dos assuntos que demandam urgência. Era isso que se esperava do Legislativo Municipal ao apreciar o Projeto de Lei nº 102/2014 que cria a Agência Municipal de Trânsito e Transporte (AMTT).<br /> <br /> A Agência terá uma série de finalidades, dentre o planejamento, a organização e controle da prestação dos serviços de transporte coletivo e individual de passageiros, além de promover ações de educação no trânsito; policiamento e a fiscalização. O objetivo da AMTT é proporcionar segurança e fluidez no trânsito, além de assegurar a tão esperada qualidade do transporte público.<br /> <br /> Em resumo, uma Agência de Transito é necessidade básica de todas as médias e grandes cidades, já que a Polícia Militar não possui efetivo sequer para fazer o policiamento ostensivo, que é sua obrigação primária, muito menos para fiscalização de trânsito.<br /> <br /> <u><strong>Pedido de vistas</strong></u><br /> <br /> Não vejo com bons olhos o pedido de vistas do vereador Batista Capixaba por razões simples e óbvias. O projeto foi protocolado na Casa de Leis ainda no dia 12 de dezembro de 2013, ou seja, quase dois meses atrás. Acredito que esse tempo foi suficiente para que a matéria fosse estudada, discutida, inclusive com as instituições e a sociedade. O que infelizmente não aconteceu.<br /> <br /> <strong><u>Alterações já deveriam estar definidas</u></strong><br /> <br /> Para ganhar tempo, qualquer alteração no Projeto de Lei, emenda supressiva, aditiva ou modificativa, já deveria estar previamente discutida e definida com todos os 17 parlamentares, independe de ser oposição ou situação. Isso daria agilidade à criação da Agência Municipal de Trânsito e Transporte. Faltou diálogo do prefeito, de seus representantes e dos vereadores. Fato é que ninguém suporta mais esse caos e desorganização no trânsito de Araguaína. <br /> <br /> Um pedido de vistas é algo perfeitamente natural no processo legislativo, porém nesta ocasião, dada a urgência da matéria, demonstrou um tamanho amadorismo.<br /> <br /> É preciso acabar com o “estrelismo” dos agentes públicos de Araguaína e abrir espaço para o diálogo prévio. É preciso esquecer os interesses próprios e pensar no cidadão que vem sofrendo há anos as consequências da omissão do poder público municipal. <br /> <br /> <u><strong>...Discussão só agora</strong></u><br /> <br /> Pensar só agora em discutir a criação da AMTT demonstra a falta de preocupação da Câmara, e do Executivo, com os problemas que demandam solução urgente.<br /> <br /> Somente na primeira votação, nesta segunda-feira (3), é que os parlamentares lembraram que precisavam discutir o projeto com a Procuradoria do Município, com o Departamento Municipal de Trânsito e com a engenheira de Trânsito do Município. Mas isso já deveria ter acontecido ainda em 2013. Questiona-se: dois meses não foram suficientes para fazer todas essas discussões e tirar as dúvidas? Na verdade temos aqui um erro coletivo, para não dizer ineficiência generalizada.<br /> <br /> <strong><u>Conselho de Trânsito sem a presença dos mais interessados</u></strong><br /> <br /> O projeto da AMTT carece sim de emendas. A exemplo da composição falha do Conselho Municipal de Trânsito. Quem mais sofre as conseqüências do transporte público precário, e da falta de fiscalização, são os trabalhadores do comércio, os estudantes, os deficientes físicos, os taxistas e mototaxistas. Acontece que não há nenhum representante dessas categorias no Conselho. Maldade ou puro esquecimento do prefeito Ronaldo Dimas? <br /> <br /> Outro ponto falho no Projeto é designar a Associação Comercial e Industrial (Aciara) como a única representante da sociedade civil. Acontece que a Aciara representa os interesses dos empresários e, em tese, empresário não anda nos ônibus da Viação Lontra, não anda de mototaxi. Portanto, como poderá expressar o sentimento da sociedade civil?<br /> <br /> A composição do Conselho deve ser paritária, com representantes do poder público e da sociedade organizada.<br /> <br /> <u><strong>Lição</strong></u><br /> <br /> Que esta lição sirva de exemplo para todos os agentes públicos, pois garanto que estariam muito mais interessados e apressados na aprovação da matéria se os nossos próprios representantes sentissem na pele as consequências desta omissão, e demora.</span></div>