<div style="text-align: justify;"> <span style="font-size:14px;"><u>Da Redação</u><br /> <br /> O jornalista Felipe Patury, da Revista Época, publicou em sua coluna nesta semana que o ex-governador do Tocantins Marcelo Miranda (PMDB) não tem sossego, lembrando que em 2009, foi cassado por abuso de poder e mesmo inelegível, diz que disputará o governo neste ano.<br /> <br /> Segundo a publicação, ainda que consiga ser candidato, Miranda enfrentará um novo problema na campanha eleitoral. José Edmar Miranda Júnior, seu irmão, é acusado na Justiça de ter se apropriado do patrimônio de um fazendeiro local, Alexandre Jardim, conhecido como Mamão. Mamão afirma que, em 2004, tinha terras e vacas que valiam R$ 8 milhões. Associou-se a Miranda Júnior, e o negócio cresceu. Juntos, chegaram a ter quatro fazendas e 20 mil reses, avaliadas em R$ 60 milhões. Mamão diz que, em 2012, vendeu tudo a Miranda Júnior, que lhe deu o calote. Mamão cobra os R$ 8 milhões que tinha antes da sociedade e R$ 2 milhões por danos morais. <br /> <br /> <u><strong>Na Justiça</strong></u></span><br /> <br /> <span style="font-size:14px;">Na petição inicial, Alexandre Jardim, mais conhecido como Mamão, admite ter sido um laranja de Brito Júnior em negócios que chegam à casa de mais de R$ 130 milhões. Mamão acusa o irmão de Marcelo Miranda de tê-lo obrigado a assinar documentos que transferiram todo o patrimônio registrado em seu nome para Brito Júnior e sua esposa, Márcia Pires Lobo.<br /> <br /> A "parceria" entre Alexandre Mamão e Brito Júnior começou em 2005, quando Mamão foi contratado pela empresa CGE Administração e Participação, de propriedade de Brito, para trabalhar como auxiliar de escritório. Os dois fizeram um acordo verbal de sociedade, onde cada parte teria 50% de participação em lucros advindos principalmente de investimentos em agropecuária e imóveis.<br /> <br /> Segundo a petição, Alexandre criou a empresa Agropecuária Mata Verde, cuja sócia principal era a empresa Agropecuária Umuarama, indicada por Brito. Antes da constituição da Agropecuária Mata Verde, Alexandre Mamão declarou como seu patrimônio à Receita Federal um avião monomotor corisco turbo da Embraer, as fazendas Ouro Verde I, Ouro Verde II, Ouro Verde III, São José I e São José II que, somadas, têm a extensão de 19.044 hectares, além 800 cabeças de gado.</span><br /> <br /> <span style="font-size:14px;"><u><strong>Dinheiro para campanha de 2006. </strong></u><br /> <br /> No auge da sociedade com Brito Miranda Júnior, Alexandre Jardim tornou-se também o homem de confiança do seu pai, José Edmar de Brito Miranda, ex-secretário de Infraestrutura do governo Marcelo Miranda. Na campanha para governador de 2006, a primeira depois do rompimento de Marcelo Miranda com Siqueira Campos (PSDB), Alexandre Jardim teve um papel importante.<br /> <br /> "Na época da campanha para reeleição do governador Marcelo Miranda, no ano de 2006, Brito Miranda pediu ao Autor [Alexandre Jardim] que acompanhasse um recebimento de R$ 4.800.000,00 em espécie, cujo saque aconteceria na agência Prime do Banco Bradesco de Araguaína. Sem retrucar, o Autor se dirigiu até lá, acompanhado apenas do motorista da família Miranda, sr. José Teodósio da Silva, e fez a retirada, acompanhando o valor até a efetiva entrega ao Sr. Brito Miranda", diz a advogada de Alexandre na petição inicial do processo.<br /> <br /> <u><strong>Ameaça e mortes</strong></u>.<br /> <br /> Depois da cassação do governador Marcelo Miranda em 2009, por abuso de poder político, Alexandre Fleury é procurado por Brito Júnior para que ele e sua esposa, Katia Cristina Jardim, assinem um "Instrumento Particular de Rescisão de Sociedade de Fato e Outras Avenças". Na prática, o documento transfere de Alexandre a propriedade e a participação em todos os bens adquiridos pela sociedade.<br /> <br /> Segundo consta na petição, Brito Júnior argumentou que a medida seria necessária para proteger o patrimônio dos dois, por conta da ameaça de perda patrimonial decorrente da cassação de Marcelo. "Apesar de desconhecer e de não estar envolvido com negócios do irmão de seu sócio [Brito Júnior], o Autor concordou em assinar os documentos de quitação da transferência de suas cotas e alienação dos demais bens, confiante que jamais seu sócio lhe seria desleal", diz a advogada Ana Paula Ortiz na petição.<br /> <br /> Transferidos todos os bens, Alexandre relata que começou a ser hostilizado pelo ex-sócio. Em São Félix do Xingu, ele foi avisado que corria risco de vida. Foi lá que soube da notícia veiculada na imprensa local da morte de três pessoas na fazenda Ouro Verde I, em agosto de 2013.<br /> <br /> Segundo a advogada de Alexandre relata na petição, os três homens eram trabalhadores que foram até a propriedade em busca de trabalho, mas teriam sido mortos por funcionários da fazenda, que pensaram que os homens estavam lá para retomar posse da fazenda para Alexandre Fleury.<br /> <br /> Alexandre Fleury requer que Brito Miranda Júnior pague a parte nos cotas e outras participações na sociedade e cobra uma indenização de R$ 2 milhões por danos morais e lucros cessantes. O ex-sócio também pede uma perícia fiscal e contábil nos ganhos da empresa, para auferir os lucros que ele tem direito. <em>(Com informações do Brasil 247)</em></span></div>