Notícias do Tocantins – Descontentes com o que classificam como “falta de verdadeira representatividade” política no Tocantins, líderes e produtores do agronegócio começam a se organizar para lançar candidatos próprios nas eleições de 2026. O movimento, que vem ganhando força dentro e fora das porteiras, tem como meta unir o setor em torno de nomes ligados diretamente ao campo, para ocupar espaços tanto na Assembleia Legislativa do Estado quanto na Câmara dos Deputados, em Brasília.

O objetivo, afirmam os articuladores, é romper a dependência de políticos tradicionais e garantir que “os próprios produtores ocupem as cadeiras” nas instâncias de decisão, defendendo de forma mais fiel as bandeiras do setor produtivo tocantinense.

Segundo integrantes do grupo, essa “representatividade orgânica”, nascida do próprio campo, é considerada essencial para o desenvolvimento sustentável e estratégico do agronegócio, responsável por uma grande parcela do PIB estadual e nacional, pela geração de empregos e pelo saldo positivo da balança comercial brasileira.

Reuniões e articulações em andamento

O tema vem sendo amplamente debatido em reuniões específicas e em eventos do setor, realizados tanto em Palmas quanto em municípios do interior. Nessas conversas, nomes começam a despontar como possíveis candidatos com apoio de entidades e sindicatos rurais.

Entre os cotados estão Maurício Buffon, atual presidente da Aprosoja Brasil, produtor com mais de 20 anos de atuação em Porto Nacional. Buffon, que é suplente da senadora Dorinha Seabra (pré-candidata ao governo do Estado), já presidiu a Aprosoja Tocantins e tem se destacado nacionalmente em defesa dos produtores rurais.

Outro nome forte é o de Paulo Carneiro, reeleito presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Tocantins (Faet), que conta com o apoio dos sindicatos rurais e com o trabalho do Senar-TO, presente em todas as regiões do Estado com ações de capacitação e formação profissional no campo.

Também aparece como liderança consolidada Wagner Martins Borges, presidente do Sindicato Rural de Araguaína (SRA) — o maior do Tocantins —, além de Arnaldino dos Santos, presidente da Associação de Desenvolvimento Sustentável do Tocantins (Adesto), e Dari Fronza, ex-presidente da Aprosoja-TO e atual presidente do Sindicato Rural de Silvanópolis.

Representatividade política e fortalecimento do setor

As discussões buscam construir candidaturas competitivas e, ao mesmo tempo, unificar produtores, cooperativas e sindicatos rurais — historicamente divididos entre os setores da agricultura e da pecuária.

Entre as pautas que motivam o movimento estão infraestrutura logística, segurança jurídica da terra, acesso ao crédito rural, inovação tecnológica, sustentabilidade ambiental e relações comerciais internacionais — áreas diretamente impactadas por decisões políticas e regulatórias.

Os produtores afirmam que a presença de representantes com vivência no campo é fundamental para formular políticas públicas alinhadas à realidade do setor, garantindo previsibilidade, competitividade e equilíbrio entre produção e preservação ambiental.

Além disso, a entrada do agro na política é vista como uma forma de combater visões distorcidas sobre o agronegócio, promovendo um diálogo mais equilibrado entre campo e cidade, e reforçando o papel estratégico do Tocantins e do Brasil como potências agroalimentares globais.

“É hora de o agro ocupar o espaço que lhe cabe, com pessoas que conhecem a realidade, os desafios e a força do campo”, resume um dos articuladores do movimento.

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