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Em Guaraí (TO)

Após ser vaiado, vereador chama servidores de 'acéfalos', com QI 69 e causa indignação

Declaração durante sessão da Câmara gerou reações de colegas e servidores.

Por Auro Giuliano | AF Notícias 660
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15/10/2025 15h00 - Atualizado há 1 mês
Declaração do vereador Fábio Santos foi recebida com vaias e manifestações de repúdio

Notícias do Tocantins - Uma fala do vereador Fábio Santos (PL) durante a sessão da Câmara Municipal de Guaraí, nesta terça-feira (14), provocou forte repercussão e indignação entre servidores públicos e parlamentares. Em meio a vaias e protestos de dezenas de servidores efetivos que acompanhavam a plenária, o vereador afirmou que se tratava de uma “massa acefálica” e que os críticos tinham “QI abaixo de 69”.

A declaração, feita de forma pública e registrada em vídeo, foi recebida com vaias e manifestações de repúdio dentro e fora do plenário. O termo “QI 69” faz referência ao quociente de inteligência, medida usada para avaliar o desempenho cognitivo de uma pessoa, e está abaixo da média considerada normal (entre 85 e 115 pontos, segundo parâmetros científicos). A fala foi interpretada como um insulto direto aos servidores que protestavam contra projetos que alteram os Planos de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCRs) do município.

O vereador Delegado Adriano Carrasco (Republicanos) reagiu imediatamente, classificando a fala como “desrespeitosa”.

"Repudio a forma desrespeitosa com que Vossa Excelência se dirigiu aos servidores públicos, referindo-se a eles como pessoas com QI abaixo de 69. Esses servidores são concursados e já provaram ter um QI bastante elevado e que cérebro eles têm", afirmou Carrasco, reforçando que a fala do colega “soou como falta de decoro parlamentar”.

Em resposta, Fábio Santos tentou minimizar o impacto da declaração, afirmando que a referência ao QI não se dirigia a todos os servidores, mas “às pessoas que o criticaram no plenário”. Apesar disso, ele não pediu desculpas, o que ampliou a repercussão negativa nas redes sociais.

O episódio ocorreu em meio às discussões sobre três projetos de lei complementar que tratam dos PCCRs dos professores, servidores administrativos da educação e do quadro geral do município. Os textos foram enviados pela prefeita Maria de Fátima Coelho Nunes (MDB) em março deste ano e, segundo a justificativa oficial, visam modernizar e reorganizar as carreiras do funcionalismo - mas têm gerado dúvidas e apreensão entre os trabalhadores sobre possíveis impactos salariais e de progressão na carreira.

Fala foi interpretada como um insulto a servidores que protestavam contra os projetos que alteram o PCCRs.

Apesar da tensão, os 11 vereadores teriam afirmado ao fim da sessão que não votarão contra os direitos dos servidores e que as discussões sobre os planos ocorrerão de forma “transparente e democrática”.

O caso, porém, segue repercutindo em Guaraí, com manifestações de sindicatos e servidores nas redes sociais pedindo retratação pública do parlamentar e respeito ao funcionalismo. A Câmara Municipal ainda não informou se analisará formalmente a conduta de Fábio Santos sob o ponto de vista do decoro parlamentar.

 

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