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Arnaldo Filho

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Tocantins refém de uma liminar: o 'fantasma' que assombra a estabilidade política

Nenhum governador eleito pelo povo terminou o mandato desde 2007.

Por Arnaldo Filho 3.493
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25/11/2021 09h50 - Atualizado há 2 anos
Luta de Carlesse para voltar ao governo é um "fantasma" que assombra Wanderlei

Os bastidores da política tocantinense estão agitadíssimos desde o afastamento do governador Mauro Carlesse (PSL), que já dura mais de 30 dias. Enquanto os fieis aliados acreditam que 'o pai está voltando', opositores unem forças para impedir esse possível retorno e de olho nas eleições de 2022.

Os reflexos das operações da Polícia Federal e da decisão unânime da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) terão consequências ainda desconhecidas no cenário da próxima disputa eleitoral. Carlesse sonhava com o 3º mandato.

Enquanto o futuro político do governador afastado segue indefinido, o novo mandatário do Palácio Araguaia, Wanderlei Barbosa (sem partido), vem ganhando espaço e atraindo aliados que podem dar sustentação a um eventual  impeachment de Carlesse.

Político experiente, Wanderlei transita bem entre todos os senadores, deputados federais e deputados estaduais. Muitas dessas lideranças já fazem questão de prestigiar os eventos da agenda política do governador em exercício, que aos poucos vai cedendo cargos e espaço dentro da nova gestão.

Enquanto alguns dizem que o momento exige cautela, outros fazem questão de demonstrar lealdade ao novo chefe do Poder Executivo Estadual. Mas como o Tocantins está refém de uma liminar, isso pode ser uma 'faca de dois gumes'.

Caso Carlesse consiga uma liminar no Supremo Tribunal Federal (STF), seu retorno ao governo deixaria muita gente em maus lençóis.  

Uma recondução de Carlesse ao poder trará uma nova reviravolta ao cenário político e uma verdadeira 'caça às bruxas'. Porém, se o impeachment avançar na Assembleia Legislativa, como já é esperado, as pretensões políticas de Carlesse vão por água abaixo.

Uma coisa parece ser certa: Carlesse não ficará afastado pelos 180 dias determinados pelo STJ: ou ele consegue uma liminar para voltar ao governo ou será cassado em definitivo via impeachment antes do final do prazo para retorno.

Além disso, não existe nenhuma garantia de que uma eventual decisão do STF seja favorável a Carlesse. E não o sendo, haverá a debandada final e o esfacelamento total do seu grupo político, o fim da era Carlesse!  

Enquanto a tal liminar não aparece, seja com o sim ou o não, o clima ainda é de muita tensão, e Wanderlei segue no governo assombrado por um 'fantasma'.

Ciente dessa insegurança jurídica, Wanderlei está colocando em prática todas as suas habilidades políticas para avançar com as ações governamentais que estavam preparadas para ser o triunfo de Carlesse durante o ano eleitoral. O programa Tocando em Frente, com previsão de R$ 2,9 bilhões em investimentos, é um dos exemplos!

Nenhum governador eleito pelo povo terminou o mandato desde 2007.

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