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Arnaldo Filho

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Delação

Rossine diz ter pago R$ 2,5 milhões por renúncia de vice-governador do Tocantins antes de Siqueira

A única exigência foi de que João Oliveira renunciasse antes do então governador.

Por Arnaldo Filho 3.122
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26/11/2019 15h02 - Atualizado há 4 anos
João Oliveira era vice-governador e recebeu propina para renunciar, diz MPF

A delação bombástica do empreiteiro Rossine Aires Guimarães, dono de uma construtora, trouxe revelações sobre os bastidores da eleição suplementar ao Governo do Tocantins em abril de 2014, depois da renúncia do então vice-governador João Oliveira (sem partido) um dia antes da renúncia do governador Siqueira Campos (DEM).

Durante muitos anos, Rossine teve acesso amplo e irrestrito aos governos que passavam pelo Palácio Araguaia e faturou contratos multimilionários com o Estado. Apesar de ser um homem reservado, estava sempre no centro dos negócios. Em contrapartida, pagava propina milionária a políticos e tem muitas histórias para contar dos seus tempos áureos.

Por isso, a delação de Rossine ao Ministério Público Federal deixou o meio político em polvorosa.  

Nesta semana, uma nova denúncia do MPF relacionada às investigações da operação Ápia afirma que o ex-vice-governador João Oliveira (PHS) recebeu R$ 2,5 milhões para renunciar ao cargo em abril de 2014.

Rossine disse que fez o pagamento em dinheiro e pessoalmente na casa do ex-vice-governador e apresentou até comprovantes ao MPF.

"Cuidou-se efetivamente de remuneração ilícita, dada a título de suborno, em troca da renúncia do posto de vice-governador, ato privativo do cargo, que propiciou a assunção de Sandoval Cardoso ao posto de governador do Estado do Tocantins”, diz trecho da denúncia.

A única exigência foi de que João Oliveira renunciasse antes do então governador Siqueira Campos para que não houvesse risco de frustrar os planos do grupo. Com as renúncias, Sandoval [presidente da AL na época] assumiu o Governo interinamente e foi eleito para o mandato-tampão em 2014.

O MPF denunciou João Oliveira por corrupção passiva e Siqueira Campos e Sandoval Cardoso por peculato, corrupção ativa e corrupção passiva. Já o empresário Rossine Guimarães responderá por corrupção ativa e peculato.

João Oliveira disse que soube da denúncia por meio da imprensa, mas está tranquilo. “O que posso afirmar de antemão é que estou tranquilo, seguro de que não cometi nada ilícito, sempre prezando pela ética e moralidade”, garantiu.

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