Operação da Polícia Federal

Áudio com Bolsonaro e Ramagem mostra suposto plano de interferência em investigação, diz PF

A Polícia Federal (PF) aponta suposto plano para interferir na investigação do caso das "rachadinhas" envolvendo o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

Por Mariana
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12/07/2024 11h27 - Atualizado há 8 meses
Áudio com Bolsonaro e Ramagem mostra suposto plano de interferência em investigação, diz PF

Bolsonaro e Ramagem estão novamente no centro de uma polêmica envolvendo a Polícia Federal. A PF afirma ter identificado um áudio que mostra um suposto plano de interferência em investigação entre o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem – agora deputado federal pelo PL – e o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno. No áudio, eles supostamente discutem um plano para anular uma investigação contra o senador Flávio Bolsonaro no caso das “rachadinhas”.

Repercussões e Prisões

A revelação deste áudio faz parte da quarta fase da Operação Última Milha, que investiga o uso indevido da estrutura da Abin. Esta operação resultou na prisão de cinco pessoas e gerou uma forte repercussão no cenário político nacional.

Senadores como Randolfe Rodrigues (sem partido-AP) e Omar Aziz (PSD-AM), que teriam sido alvos de espionagem ilegal, manifestaram-se publicamente. Randolfe afirmou que “a violação dos direitos fundamentais à vida privada, à honra e ao sigilo pessoal remetem às páginas mais autoritárias e obscuras da história do Brasil e da humanidade”. Já o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), declarou que “contaminar a Agência Brasileira de Inteligência com ações político-partidárias e se utilizar do aparato estatal para espionar e perseguir parlamentares legitimamente eleitos é ato criminoso que fragiliza não somente a instituição, mas a democracia e soberania do país”.

Uso Indevido da Abin

As investigações da PF apontam que todo o aparato da Abin era utilizado pelo núcleo do ex-presidente Jair Bolsonaro em benefício próprio. O objetivo seria investigar rivais políticos e beneficiar aliados do então presidente. A conclusão da PF é que a estrutura dessa agência de inteligência foi de fato usada para interesses particulares de Bolsonaro, comprometendo a integridade e a missão institucional da Abin.

O que diz Alexandre Ramagem

Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Abin, se manifestou nas redes sociais na manhã desta sexta-feira (12), negando todas as acusações. Em suas palavras, “Após as informações da última operação da PF, fica claro que desprezam os fins de uma investigação, apenas para levar à imprensa ilações e rasas conjecturas.

O tal do sistema first mile, que outras 30 instituições também adquiriam, parece ter ficado de lado.

A aquisição foi regular, com parecer da AGU, e nossa gestão foi a única a fazer os controles devidos, exonerando servidores e encaminhando possível desvio de uso para corregedoria. A PF quer, mas não há como vincular o uso da ferramenta pela direção-geral da Abin.

Trazem lista de autoridades judiciais e legislativas para criar alvoroço. Dizem monitoradas, mas, na verdade, não. Não se encontram em first mile ou interceptação alguma. Estão em conversas de WhatsApp, informações alheias, impressões pessoais de outros investigados, mas nunca em relatório oficial contrário à legalidade.

Não há interferência ou influência em processo vinculado ao senador Flávio Bolsonaro. A demanda se resolveu exclusivamente em instância judicial.

A PGR não foi favorável às prisões da operação, mas a Justiça desconsiderou a manifestação.

Há menção de áudio que só reforça defesa do devido processo, apuração administrativa, providência prevista em lei para qualquer caso de desvio de conduta funcional.

Houve finalmente indicação de que serei ouvido na PF, a fim de buscar instrução devida e desconstrução de toda e qualquer narrativa.

No Brasil, nunca será fácil uma pré-campanha da nossa oposição. Continuamos no objetivo de legitimamente mudar para melhor a cidade do Rio de Janeiro. Ramagem defendeu a regularidade das aquisições e o controle sobre os servidores, exonerando-os e encaminhando possíveis desvios para a corregedoria. Ele também afirmou que a demanda vinculada ao senador Flávio Bolsonaro foi resolvida exclusivamente em instância judicial e que não houve interferência ou influência da Abin.

A profundidade das acusações

A gravidade das acusações contra Bolsonaro e Ramagem não pode ser subestimada. A implicação de que a Abin foi utilizada para fins políticos pessoais ameaça minar a confiança nas instituições democráticas do país. Se comprovado, o uso indevido da Abin representa uma séria violação dos princípios de imparcialidade e integridade que deveriam guiar as agências de inteligência.

Análise dos principais pontos do caso

Este caso levanta questões importantes sobre a ética na política e o uso das agências de inteligência. O que significa para a democracia quando líderes são acusados de manipular instituições para proteger seus interesses? Como garantir que as investigações sejam conduzidas de maneira justa e imparcial? E, mais importante, como restaurar a confiança pública nas instituições após tais escândalos?

A revelação do áudio entre Bolsonaro e Ramagem mostra a necessidade urgente de uma supervisão mais rigorosa das agências de inteligência e uma maior transparência nos processos investigativos. A democracia depende da confiança nas instituições, e escândalos como este apenas servem para enfraquecer essa confiança.

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