Ela chegou a dar ordens com objetivo de organizar ataques e “eliminar” rivais.
Notícias do Tocantins – A “Dama do Crime”, como é conhecida Lúcia Gabriela Rodrigues Bandeira, de 25 anos, foi alvo da Operação Asfixia, realizada pela Polícia Civil do Tocantins, na terça-feira (4/2).
De acordo com as investigações, a mulher era a responsável por administração, venda e armazenamento de drogas em cidades do Tocantins. Presa desde dezembro, a “Dama do Crime” estava no topo da hierarquia do PCC no estado, segundo a polícia.
Como a “Dama do crime” agia
Lúcia tinha uma lista com o nome de todos os pontos de comercialização de drogas, que ela chamava de “lojas”. Ela era a responsável por fazer o controle financeiro dos pontos de venda e cobrava dos traficantes um relatório.
Lúcia realizava o “fechamento”, como um balanço do que foi comercializado no dia.
A “Dama do Crime” ainda era responsável por receber as drogas e reabastecer os pontos de venda.
As investigações apontam que Lúcia chegou a dar ordens aos membros da facção com objetivo de organizar ataques e “eliminar” rivais.
A “Dama do Crime” também era responsável, desde 2023, pela relação entre os traficantes do Tocantins e os líderes do PCC, em São Paulo.
Lúcia mantinha uma loja de roupas virtuais, em que a polícia acredita que o empreendimento seja uma forma de disfarçar o papel de liderança que ela exercia no grupo criminoso.
O objetivo da Operação Asfixia foi sufocar o núcleo financeiro da célula criminosa, que, além do Tocantins, atua nos estados de Piauí, Maranhão, Ceará e Rio Grande do Norte, mas os líderes se encontram sediados no estado de São Paulo.
Lúcia foi presa em junho de 2024 com cerca de R$ 300 mil em drogas. Ela acabou solta no dia seguinte, após passar por audiência de custódia. Em dezembro de 2024, foi detida novamente. Mesmo presa, ela foi alvo da Operação Asfixia nesta terça-feira (4/2).
Gestão empresarial
A “Dama do Crime” armazenava as drogas em casas situadas no município de Paraíso, aproximadamente a 63 km de Palmas. Os “depósitos” dos entorpecentes eram monitorados por câmeras de segurança, às quais Lúcia e integrantes da célula do PCC em São Paulo tinham acesso.
Lúcia realizava a distribuição das drogas advindas de São Paulo para todo o estado de Tocantins. A polícia definiu a operação realizada pelos traficantes como “empresarial”, em que até prestações de contas os criminosos tinham que passar para a “Dama do Crime”.
A operação
A Operação Asfixia ocorreu na manhã dessa terça-feira (4/2) e cumpriu mandados no Tocantins (Palmas, Araguaína, Paraíso e Porto Nacional) e em São Paulo (capital paulista, Praia Grande e Barueri). No total, 15 pessoas, sendo nove mulheres e seis homens, foram presos.
Também foram cumpridos mais 18 mandados de busca e apreensão e 20 ordens de bloqueio de contas bancárias. Durante o cumprimento dos mandados, foram apreendidos aparelhos celulares, máquinas de cartões, cartões bancários, cadernos com anotações do tráfico e mais de R$ 16 mil em dinheiro.
O grupo criminoso, que tem ligação com o PCC, atua nos estados do Piauí, Maranhão, Ceará e Rio Grande do Norte, mas os líderes se encontram sediados no estado de São Paulo. Nos últimos dois anos, foi identificada movimentação financeira de R$ 20 milhões.