Nota de Repúdio

Entidades da Polícia Civil repudiam ação 'desastrosa' da PM que vitimou delegado

Por Redação AF
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31/10/2017 16h54 - Atualizado há 5 anos
As entidades da Polícia Civil, Sindicato Sindicato dos Policiais Civis do Tocantins (SINPOL-TO); Federação Interestadual dos Policiais Civis das Regiões Centro Oeste e Norte (FEIPOL CON); e Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (COBRAPOL) enviaram uma nota à imprensa, na tarde desta terça-feira (31), repudiando veementemente a ação da Polícia Militar, classificada como desastrosa, na abordagem que vitimou o delegado Marivan da Silva Souza.  Na nota, as entidades deixam claro os motivos pelos quais os quatro policiais envolvidos devem ser punidos. "Sem aqui realizar qualquer juízo de valor quanto aos motivos que levaram a ação desproporcional dos policiais militares nesta ocorrência, é flagrante o excesso praticado pela guarnição, que efetuou disparos sem estarem ou realizarem a devida identificação ou mesmo sem os procedimentos que podem ser julgados pela doutrina policial como seguros e consubstanciados em uma fundada suspeita", diz o início da nota. Os policiais continuam o repúdio alegando que o delegado foi atingido por tiros de fuzil sem direito a defesa ou mesmo 'sem esboçar qualquer tipo de reação', o que, para eles, poderia ter acontecido com qualquer cidadão. Outro fato destacado e repudiado na nota foi a fuga dos militares, após a ação, sem sequer prestar socorro à vítima. "Mesmo diante do flagrante equívoco, os policiais militares envolvidos na inconsequente ação não prestaram socorro à vítima que escapou da morte por centímetros, considerando o local onde atingiram os disparos", enfatiza. As entidades também repudiam a declaração do Comandante da Polícia Militar, Glauber Oliveira do Santos, que 'em entrevista em rede nacional assombrou a população ao alegar que a ação compreende o "Procedimento Operacional Padrão do Batalhão de Operações Policiais Especiais – BOPE", da Polícia Militar do Tocantins'. Para a Polícia Civil, a declaração do militar contraria 'toda a literatura e preceitos que regem uma polícia pautada na preservação dos direitos do cidadão e na proteção da vida e da incolumidade das pessoas'. Após citar todos os pontos questionáveis na ação da PM, as entidades ainda destacam que a investigação feita pelos militares no momento da abordagem do delegado desrespeita a Constituição Federal  já que este exercício de atividade não é competência da instituição militar. O repúdio foi finalizado com as entidades garantindo que acompanharão firmemente todo o desenrolar das ações e que apurarão o ocorrido para que os responsáveis sejam punidos e os procedimentos policiais sejam realizados dentro da legalidade, 'respeitando as atribuições constitucionais de cada força policial, devendo o Estado promover as condições necessárias para a eficiência dos serviços prestados'. SINDEPOL O Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Estado do Tocantins (SINDEPOL-TO) também repudiou a ação dos militares e lamentou o ocorrido. Para a entidade, este tipo de fato demonstra que a recomendação do Ministério Público não está sendo cumprida e a sociedade corre perigo perante a atuação de um órgão armado extrapolando suas funções constitucionais. O SINDEPOL ressaltou ainda em uma nota enviada na última sexta-feira (28) que 'ação como essa é o reflexo de atos ilegais que são praticados de forma costumeira pela Polícia Militar do Estado do Tocantins'. A entidade afirmou também que aguarda a conclusão das investigações e condenação dos culpados. VEJA MAIS... http://afnoticias.com.br/justica-nega-liberdade-aos-quatro-militares-que-atiraram-em-delegado-de-policia-civil/ http://afnoticias.com.br/justica-decreta-prisao-dos-quatro-militares-que-atiraram-em-delegado-de-policia-civil/ http://afnoticias.com.br/delegado-da-policia-civil-e-alvejado-a-tiros-por-militares-que-investigam-roubo-a-carro-forte/

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