Tocantins

Escrivão de Polícia Civil é preso suspeito de estelionato e falsificação de documentos

Por Agnaldo Araujo
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13/06/2017 08h29 - Atualizado há 5 anos
O escrivão de Polícia Civil Rogério de Almeida Souza, de 35 anos, foi preso suspeito de integrar uma organização criminosa responsável pela prática de vários crimes, com atuação em Palmas e também no interior do Estado. A prisão ocorreu na manhã desta segunda-feira, 12, em Porto Nacional. De acordo com o delegado Rossílio Correia, há aproximadamente quatro meses foi iniciada uma investigação sigilosa que apura crimes praticados por uma associação criminosa bastante consolidada na cidade de Porto Nacional, e que é especializada na pratica de crimes de estelionato, uso de documentos falsos, falsificação de documentos públicos, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Segundo o delegado, as investigações revelaram a participação direta do escrivão nos referidos crimes. E nesta segunda-feira, policiais cumpriram mandado de busca e apreensão na residência de Rogério de Almeida. Diversos bens do suspeito foram apreendidos e ele foi afastado da função que exercia. Na ocasião, foram apreendidos um veículo de luxo, marca Land Rover, modelo Feelander 2, além de um Fiat Siena e vários relógios de luxo. Durante as investigações, a Polícia Civil descobriu a participação do escrivão na organização criminosa. “Inicialmente foram identificados como membros do grupo Muriel Santos Melo, Max Millian Pires Santana, Josivaldo Gomes da Cruz, vulgo ‘Valdir’ e Overaldo da Cunha Rosal Filho, conhecido como ‘Filho’”, esclareceu o delegado. Conforme o delegado, os envolvidos no esquema tentaram financiar até mesmo veículos apreendidos. “Quando as vítimas iam vender os carros descobriam financiamentos fraudulentos no gravame dos veículos com valores que chegavam a R$ 100 mil cada financiamento. Os serviços fraudulentos eram feitos pelo escrivão no computador da delegacia plantonista de Porto Nacional”, ressaltou o delegado. Rossílio Correia esclareceu que “as investigações mostraram que Rogério usava a sua senha pessoal do sistema EPROC para finalidade diversa da qual foi criada, ou seja, com o fim de coletar dados sigilosos  - CNHs de vítimas e ou indiciados e depois enviá-las para Muriel e Max, e estes, com a ajuda de outro investigado, falsificá-las”. No decorrer das investigações foram identificadas dezenas e/ou centenas de CNHs captadas no sistema EPROC pelo escrivão Rogério e depois enviadas para os comparsas Muriel e Max. Conforme informações enviadas pelos bancos ao delegado Rossílo, muitas dessas CNHs foram realmente usadas em financiamentos fraudulentos. Conversas de texto e áudio revelaram ainda que Rogério de Almeida tinha ligação direta com o grupo na divisão de tarefas dos financiamentos fraudulentos, junto aos bancos Bradesco, BV e Santander. Além de catalogar as CNHs, Rogério, de posse de uma senha do sistema bancário, fazia as próprias propostas de financiamentos, junto aos bancos. Também está claro nas conversas interceptadas a existência de vários depósitos feitos por Muriel a Rogério, como pagamento pelos serviços prestados pelo agente público. A Corregedoria Geral da Polícia Civil instaurou um Procedimento Administrativo Disciplinar para apurar a conduta do escrivão, que já foi afastado do cargo e teve todas as suas senhas do sistema EPROC e INFOSEG canceladas. Rogério de Almeida responderá pelos crimes de estelionato, uso de documentos falsos, falsificação de documentos públicos, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro, O delegado Rossílio Correia disse que as investigações foram intensificadas no sentido de identificar e prender os demais integrantes da organização criminosa que, “somente nos últimos meses teria movimentado a quantia aproximada de R$ 2 milhões”.

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