Tocantins

Ex-secretário executivo da Educação é preso em operação da PF que apura desvio bilionário

Edinho Fernandes e Danilo Pinto teriam tentado monitorar e antecipar ações da PF.

Por Auro Giuliano | AF Notícias 1.502
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31/10/2025 13h09 - Atualizado há 2 semanas
Segundo a PF, Edinho e comparça teriam vigiado a Superintendência da PF em Palmas.

Notícias do Tocantins - A Polícia Federal prendeu, na manhã desta sexta-feira (31), o ex-secretário-executivo de Educação do Tocantins, Éder Martins Fernandes, durante a oitava fase da Operação Overclean, que investiga um esquema de corrupção, fraudes em licitações e desvios de recursos públicos no Estado. Ele foi detido junto com Danilo Pinto da Silva, sob suspeita de tentar monitorar a movimentação da própria PF para se antecipar às ações policiais e alertar comparsas sobre o cumprimento de mandados.

De acordo com a corporação, os dois teriam vigiado a Superintendência da Polícia Federal em Palmas, acompanhando deslocamentos de equipes e eventuais sinais de deflagração de operações. O objetivo, segundo as investigações, era obstruir o trabalho policial e evitar apreensões de provas.

Edinho Fernandes é servidor efetivo da Seduc desde 2011 e já ocupou cargos como presidente da Agência Tocantinense de Saneamento (ATS) e secretário municipal de Desenvolvimento Social de Gurupi. Foi secretário-executivo da Educação do Tocantins entre 2021 e setembro deste ano. Em 2018, disputou uma vaga de deputado estadual pelo PROS e ficou como suplente.

Já Danilo Silva, contratado pela Seduc em novembro de 2023, atuava na gerência de auditoria da gestão pessoal e também foi preso por suspeita de tentar obstruir as investigações.

As prisões foram realizadas em cumprimento a ordens expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), após a PF identificar a tentativa de embaraço às investigações.

Além das prisões, foram cumpridos mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, em São Paulo e em municípios do Tocantins - Palmas e  Gurupi.

Sobre a operação

A oitava fase da Operação Overclean é um desdobramento das investigações que apuram a atuação de uma organização criminosa suspeita de fraudar licitações, desviar recursos provenientes de emendas parlamentares e lavar dinheiro em diversos estados. No Tocantins, o grupo teria movimentado cerca de R$ 1,4 bilhão por meio de contratos superfaturados e obras irregulares.

Entre os alvos desta e de fases anteriores estão nomes ligados ao alto escalão do governo estadual, como Claudinei Aparecido Quaresemin, ex-secretário extraordinário de Parcerias e Investimentos - e sobrinho do ex-governador Mauro Carlesse -, além de Ítallo Moreira de Almeida, ex-diretor administrativo da Seduc - e ex-diretor administrativo da Secretaria Municipal de Educação de Goiânia -, e Luiz Cláudio Freire de Souza França, advogado e secretário-geral do partido Podemos.

Segundo a PF, o grupo atuava de forma estruturada, com divisão de funções que incluía desde a manipulação de licitações e liberação de pagamentos indevidos até a ocultação de valores por meio de empresas de fachada e interpostas pessoas. A investigação teve início na Bahia e se expandiu para outros estados, incluindo Tocantins, Goiás, São Paulo e o Distrito Federal.

Entre os alvos estão Claudinei Aparecido Quaresemin, Edinho Fernandes e Ítallo Moreira de Almeida

Os investigados podem responder por organização criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e lavagem de dinheiro.

O que diz a Seduc

Em nota, a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) informou que Éder Fernandes não ocupa mais o cargo de secretário-executivo desde setembro e que Ítallo Almeida deixou o quadro funcional da pasta em 2024. A secretaria afirmou ainda que suspendeu contratos e repasses a empresas investigadas e que tem cumprido integralmente as determinações judiciais.

Segundo a PF, Edinho e comparça teriam vigiado a Superintendência da PF em Palmas

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