Polícia suspeita de grupo internacional que atuava na região
Notícias do Tocantins - Uma fábrica clandestina de cigarros foi localizada em um galpão na cidade de Dianópolis, região sul do estado, durante uma operação da Polícia Militar realizada neste domingo (27/10).
Segundo a PM, o local seria de um suposto grupo internacional que falsificava os cigarros e que ainda trazia trabalhadores do Paraguai para trabalharem na fábrica, sendo impedidos de sair do local.
A estrutura foi localizada na zona rural da cidade após troca de informações entre as polícias de Pernambuco, Bahia e Tocantins. O local era uma verdadeira fábrica, com muito maquinário e insumos, com capacidade de fabricação de 1 milhão de cigarros por dia. A operação resultou na apreensão de mais de 12 toneladas de cigarros prontos para venda, além de 27 toneladas de tabaco e outros insumos destinados à produção ilegal.
A PMTO atuou com equipes do 11º Batalhão da PM, Força Tática, Patrulha Rural, Grupamento Aéreo - GRAER, e Batalhão de Polícia Militar Rodoviário e Divisas - BPMRED, que localizaram inicialmente o galpão clandestino às margens de um canal em Dianópolis. Drones foram utilizados para patrulhamento aéreo, o que possibilitou a localização de dois galpões, onde as equipes verificaram uma linha de produção de cigarros em grande escala.
As embalagens dos produtos exibiam logotipos falsificados, entre eles “Meridian,” “Holland Jeck,” “Classis,” e “Zen,” marcas populares no mercado paraguaio. Além disso, toda a contabilidade encontrada era registrada em língua castelhana, indicando conexão direta com o Paraguai. Estima-se que a fábrica tivesse uma capacidade de produção de 10 mil maços de cigarro por dia, configurando um significativo esquema de contrabando que gerava elevados prejuízos ao país, tanto pela evasão fiscal quanto pelo risco à saúde pública.
A produção, feita sem qualquer licença, era mantida em condições insalubres e precárias, configurando trabalho análogo à escravidão. A operação da Polícia Militar do Tocantins reafirma seu compromisso em combater o crime organizado, garantindo a segurança e a integridade da população.
A Polícia Federal (PF) foi acionada para realização dos procedimentos relativos aos crimes de contrabando, produção e comercialização ilegal de produtos, além das investigações sobre a suposta denúncia de trabalho análogo à escravidão. A PF fez a perícia, contagem e apreensão de todo material apreendido, além do flagrante do indivíduo preso durante a Operação.
Após compartilhamento de informações pela Companhia Independente de Policiamento Especializado - CIPE Chapada, da PM da Bahia, e pela PM de Pernambuco, que alertaram sobre o transporte de uma carga ilegal de cigarros na área, as equipes da Polícia Militar do Tocantins realizaram incursões e localizaram uma casa abandonada nas margens de um canal em Dianópolis. Com o uso de drones, o GRAER identificou dois galpões próximos ao local. Ao se aproximarem, os policiais avistaram dois indivíduos que fugiram em direção à mata.
Durante a noite, os agentes mantiveram vigilância no local e confirmaram que a estrutura abrigava uma fábrica de cigarros. No interior do galpão, as equipes encontraram uma linha de produção completa para fabricação de cigarros, que incluía centenas de milhares de maços prontos para comercialização, caixas de filtros e insumos. Estima-se que a capacidade de produção da fábrica fosse de 10 mil maços de cigarro por dia. Foram apreendidos maquinários, um caminhão-baú e cerca de 50 toneladas de tabaco. Além disso, os militares apreenderam duas armas de fogo em posse dos suspeitos: uma pistola calibre 380 e um revólver calibre 38.
Durante a incursão, dois criminosos armados tentaram fugir e, ao serem identificados como suspeitos, atiraram contra as equipes, colocando em risco a integridade dos policiais. Durante o confronto os criminosos foram atingidos e, mesmo com o atendimento do Corpo de Bombeiros Militar, não resistiram aos ferimentos e vieram a óbito. Um terceiro suspeito foi preso em flagrante e confessou que atuava como responsável pelo fornecimento de mantimentos aos demais integrantes da organização criminosa. Segundo relato do indivíduo preso, o local contava com a participação de 18 paraguaios, responsáveis pela produção, e ele, junto aos outros dois suspeitos atingidos no confronto, gerenciava a operação no galpão.
Segundo o Comandante da PM, Coronel Márcio Antônio Barbosa, os trabalhadores eram impedidos de sair do local até que finalizassem a produção.
De acordo com o comandante, as pessoas ficavam em situação análoga à escravidão. "O local tem condições sub-humanas. Eles eram inclusive impedidos de sair de lá para não levantar suspeitas. Então, esse era o modus operandis deles. Os paraguaios vinham, produziam, depois voltavam pra lá [Paraguai], e eles faziam a distribuição", conta.
Produtos apreendidos:
815 cxs = 40.750 maços de cigarros, totalizando 12.3 toneladas;
25 toneladas de tabaco;
126 cxs de filtro para cigarro, totalizando 2,5 toneladas;
12 torres de bobina de papel totalizando 12 toneladas;