A operação foi autorizada pela 4ª Vara Criminal Federal de Palmas e deflagrada na manhã desta terça-feira (5). Estão sendo cumpridos quatro mandados de prisão, sendo dois em Araguaína, um na Capital e outro em Belém (PA). Os agentes amanheceram o dia no Hospital e Maternidade Dom Orione, o maior da rede privada da região norte.
A Polícia Federal disse que a segunda fase tem como alvo o núcleo criminoso que atua em Araguaína. Cerca de 70 policiais cumprem 17 mandados judiciais, sendo quatro de prisão temporária, quatro de condução coercitiva, duas medidas cautelares diversas de prisão e sete mandados de busca e apreensão.
Dois médicos que atendem no Hospital Dom Orione tiveram as prisões decretadas e outro em Palmas. Em Belém, o mandado é contra o gerente de uma empresa que fornece produtos para a saúde no Tocantins. Os nomes ainda não foram divulgados.
A investigação teve início quando dois sócios da empresa Cardiomed Produtos Médicos e Hospitalares, com sede em Araguaína, foram presos em flagrante por terem fornecido à Secretaria de Saúde do Estado do Tocantins produtos destinados a fins terapêuticos ou medicinais cujos prazos de validade de esterilização se encontravam vencidos. A Cardiomed pagou quase R$ 5 milhões de propina aos médicos. No decorrer das investigações, veio à tona um vasto esquema de corrupção destinado a fraudar licitações no Estado do Tocantins mediante o direcionamento de processos licitatórios. O esquema engendrado possibilitava o fornecimento de vantagens ilícitas a empresas, médicos e empresários do ramo, bem como a funcionários públicos da área de saúde. Inclusive o pai do governador Marcelo Miranda é suspeito de acelerar pagamentos às empresas dentro da Secretaria de Saúde em troca de vantagens indevidas. Os médicos também teriam desviado equipamentos de hospitais públicos para suas clínicas particulares. As empresas vendiam materiais cirúrgicos com superfaturamento de mais de 900% para abastecer o esquema de corrupção. Ao todo, onze médicos foram presos, mas liberados após o pagamento de fiança. As pessoas investigadas, na medida de suas participações, poderão responder pelos crimes de corrupção passiva e ativa, fraude à licitação, associação criminosa, dentre outros. O nome da operação é uma alusão a um dos itens mais simbólicos e conhecidos da área de cardiologia, o marca-passo. Esse era um dos itens que integravam alguns dos editais “fraudados” em procedimentos licitatórios na área de cardiologia na rede pública de saúde do Estado do Tocantins. VEJA MAIS... http://afnoticias.com.br/ex-secretario-de-saude-e-superintendente-do-dom-orione-sao-presos-em-araguaina/