Operação da PF

Médicos do Hospital Dom Orione são liberados após pagarem fiança de R$ 93 mil

Por Redação AF
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07/12/2017 16h21 - Atualizado há 5 anos
A Justiça Federal do Tocantins concedeu liberdade provisória ao superintendente executivo do Hospital e Maternidade Dom Orione, Osvair Murilo da Cunha, e ao diretor executivo da unidade, Arnaldo Alves Nunes, mediante o pagamento de fiança no valor de 100 salários mínimos, equivalente a R$ 93.700,00. Os dois foram presos na 2ª fase da Operação Marcapasso, da Polícia Federal, deflagrada na última terça-feira (5). A Justiça também revogou o mandado de prisão contra o cardiologista Juan Fernando Tertones Cácere, que nem chegou a ser preso, também mediante pagamento de fiança. Os dois médicos de Araguaína foram ouvidos pela Justiça Federal na noite desta quarta-feira (6), através de videoconferência com o juiz na capital. A fiança deve ser paga ainda hoje, segundo informou a defesa dos médicos. Os médicos continuam presos na Casa de Prisão Provisória de Araguaína aguardando o pagamento da fiança e expedição do alvará de soltura, que deverá ser cumprido através de oficial de justiça. Nesta quarta, dezenas de amigos, familiares e colaboradores do hospital fizeram orações em frente à CPPA em demonstração de apoio aos médicos. Arnaldo Nunes atua como médico há várias décadas em Araguaína, filho de uma família tradicional e pioneira na região. Ele já foi secretário de Estado da Saúde em 2011. O advogado Jorge Palma, que faz a defesa dos médicos, afirma que eles são inocentes e estaria ocorrendo uma série de equívocos na operação da PF. "Não há atos de ilicitude. Os médicos não cometeram nada de irregular. Até a comunidade tem conhecimento de que são pessoas honestas e responsáveis", pontuou. ENTENDA A OPERAÇÃO Conforme informou a PF, a investigação teve início quando os sócios da empresa Cardiomed Comércio e Representação de Produtos Médicos e Hospitalares LTDA-EPP foram presos em flagrante. Eles tinham fornecido à Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) produtos destinados a fins terapêuticos ou medicinais que estavam com os prazos de validade de esterilização vencidos. Os sócios firmaram acordo de delação premiada e revelaram esquema de corrupção que supostamente fraudava licitações no Estado com o objetivo de aquisição de equipamentos de órtese, próteses e materiais especiais (OPME) de alto valor agregado e grande custo para o sistema de saúde. A segunda fase da operação teve como fundamento a delação do empresário Cristiano Maciel Rosa, sócio da empresa Cardiomed, e interceptações telefônicas. Cristiano revelou à PF que os diretores do Hospital Dom Orione teriam arquitetado um sistema destinado à aquisição de órteses, próteses e materiais especiais (OPMEs), mediante o pagamento de propina por parte dos fornecedores, tudo custeado com verbas do SUS. Segundo ele, o hospital recebia desconto de 10% nas compras, mas cobrava 100% do SUS. Conforme a decisão judicial, interceptações telefônicas demonstram que os diretores Arnaldo Nunes e Osvair Cunha estariam exigindo um percentual de 10 a 25% sobre o valor dos produtos. “É o que se extrai da conversa transcrita a seguir, em que os investigados relatam que o Diretor do Hospital Dom Orione teria se recusado a receber material que seria utilizado em uma paciente porque a empresa teria se negado a pagar 24% de ‘taxa de comercialização’ a ele”, cita a decisão. A Polícia Federal detalha três cenários criminosos. No primeiro deles os diretores são acusados de exigir vantagem indevida para autorizar a realização de procedimentos cirúrgicos. No segundo cenário, a unidade é suspeita de estelionato decorrente da cobrança do material reutilizado como se fosse novo. Já no terceiro, os médicos exigiam propina com a finalidade de ver escolhida determinada marca de OPME (órteses, próteses e materiais especiais). VEJA MAIS... http://afnoticias.com.br/amigos-e-familiares-de-diretores-do-hospital-dom-orione-fazem-oracao-em-frente-a-cpp-de-araguaina/ http://afnoticias.com.br/ex-secretario-de-saude-e-superintendente-do-dom-orione-sao-presos-em-araguaina/ http://afnoticias.com.br/diretores-do-hospital-dom-orione-exigiam-ate-25-de-propina-revela-policia-federal/

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