CARBONO OCULTO 86

Operação fecha 49 postos suspeitos de lavar dinheiro para o PCC no Tocantins, MA e PI

Estimativa é que o esquema tenha lavado R$ 5 bilhões no mercado de combustíveis.

Por Redação | AF Notícias 3.493
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05/11/2025 10h25 - Atualizado há 1 semana
Operação da PC do Piauí alcançou postos no Tocantins.

Notícias do Tocantins - Uma operação policial deflagrada nesta quarta-feira (5) resultou na interdição de 49 postos de combustíveis nos estados do Tocantins, Piauí e Maranhão, no âmbito de uma investigação que apura um esquema bilionário de lavagem de dinheiro ligado à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

A ação, denominada Operação Carbono Oculto 86, foi coordenada pela Polícia Civil do Piauí, com apoio de órgãos de segurança federais e estaduais.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI), o grupo criminoso utilizava empresas de fachada, fundos de investimento e fintechs para movimentar valores e ocultar o patrimônio da facção. A estimativa é que o esquema tenha lavado R$ 5 bilhões, fraudando o mercado de combustíveis e sonegando impostos.

Entre os bens apreendidos estão quatro aeronaves - modelos Raytheon Aircraft 400A, Astra SPX, Aircraft C90A e Cessna 210M -, além de um Porsche avaliado em mais de R$ 550 mil. As aeronaves serão encaminhadas à Anac para inserção de gravame judicial.

Operação em três estados

Os postos interditados estão localizados nas seguintes cidades:

Piauí: Teresina, Lagoa do Piauí, Demerval Lobão, Miguel Leão, Altos, Picos, Canto do Buriti, Dom Inocêncio, Uruçuí, Parnaíba e São João da Fronteira.

Maranhão: Caxias, Alto Alegre e São Raimundo das Mangabeiras.

Tocantins: São Miguel do Tocantins.

Além das interdições, a Justiça determinou o sequestro de R$ 348 milhões em bens pertencentes a dez pessoas físicas e 60 empresas.

Mandados de busca e apreensão também foram cumpridos em residências de luxo e apartamentos em Teresina (PI) e em um imóvel em Araraquara (SP), todos ligados aos investigados.

Empresários e medidas judiciais

Entre os principais alvos está o empresário Haran Santhiago Girão Sampaio, dono de uma das aeronaves apreendidas. Outros investigados são Danillo Coelho de Sousa, Moisés Eduardo Soares Pereira, Salatiel Soido de Araújo, Denis Alexandre Jotesso Villani e João Revoredo Mendes Cabral Filho.

Todos estão proibidos de deixar a cidade de Teresina, mudar de endereço sem autorização judicial ou manter contato entre si.

Esquema teria lavado R$ 5 bilhões, fraudando o mercado de combustíveis e sonegando impostos

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Braço do PCC no Nordeste

A investigação teve início após a venda da rede HD de combustíveis, com dezenas de postos no Piauí, Maranhão e Tocantins, para a empresa Pima Energia e Participações, criada apenas seis dias antes da transação, em dezembro de 2023.

Os investigadores identificaram inconsistências patrimoniais, uso de “laranjas” e alterações societárias suspeitas. Também foram detectadas transferências superiores a R$ 700 mil entre os envolvidos e empresas já investigadas na primeira fase da Operação Carbono Oculto, deflagrada em agosto.

Além das interdições de postos, a Justiça determinou o sequestro de R$ 348 milhões em bens

 

Ligação com a primeira fase

A fase inicial da Carbono Oculto foi considerada a maior operação da história do país contra o crime organizado, ao descobrir R$ 52 bilhões em movimentações financeiras associadas ao PCC.

A nova etapa - Carbono Oculto 86 - amplia o cerco às ramificações regionais da facção no setor de combustíveis e em operações financeiras irregulares.

De acordo com os investigadores, o mesmo grupo empresarial atua em fundos e fintechs usados para lavar recursos e blindar o dinheiro ilícito. A apuração também investiga fraudes fiscais, adulteração de combustíveis e emissão de notas frias por parte das empresas envolvidas.

Operação alcançou postos no Tocantins.
Posto em São Miguel do Tocantins foi alvo da operação.

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