Faltam medicamentos

Crianças estão morrendo em aldeias por falta de atendimento médico, denuncia cacique

Casos teriam sido na Aldeia São José, a 25 km de Tocantinópolis.

Por Joselita Matos | Conteúdo AF Notícias 1.225
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20/01/2022 14h42 - Atualizado há 2 anos
Orlando Apinajé denuncia abandono de indígenas da sua reserva.

O cacique Orlando Ribeiro Salvador, 59 anos, conhecido popularmente como Orlando Apinajé, gravou um vídeo para denunciar a situação de abandono em que se encontram os indígenas que moram na reserva apinajé na região norte do Tocantins.

Segundo ele, três crianças da sua etnia teriam morrido na Aldeia São José, sede da reserva, e outras duas mortes teriam ocorrido nas aldeias Piaçaba e Mariazinha, também dentro da reserva.

"Lá na aldeia já faleceu três crianças. E cada dia tá aumentando o número de crianças morrendo lá, esse dias na aldeia Piaçaba morreu uma criança, desse lado na Mariazinha morreu também, morre direto", afirmou o indígena.

"Apareceu muita virose, muita doença, até eu peguei", conta Orlando. "E lá na minha aldeia, a São José, que é a sede maior, não tem remédio pra febre, não tem remédio pra dor, e a enfermeira tá faltando”, denunciou.

De acordo com o indígena, ele teria procurado até mesmo a Prefeitura de Tocantinópolis, pedindo ajuda, mas não foi atendido até agora. O município sedia o Polo Base do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI). 

"Tô apelando mais uma vez aqui pro povo atender nosso pedido [sic]", pediu desesperado o indígena. Ele ainda denuncia que o polo indígena da SESAI só vive fechado, o que acaba impossibilitando o atendimento da sua comunidade, tendo que ir para as unidades de saúde do município para realizar qualquer procedimento médico.

Orlando ainda faz outra denúncia. “Lá no hospital, as muié de parto estão morrendo, as crianças estão morrendo, sai do hospital e chega na aldeia estão morrendo [sic]”, conta.

O indígena afirma que a Sesai não está enviando remédio para a reserva e questiona porquê o município não poderia fazer isso. “E por que o prefeito não manda remédio pra aldeia? A secretaria de Saúde?”, questionou. “Mais uma vez venho pedir pra vocês, vem socorrer nós na aldeia”, clamou Orlando. 

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