Os prejuízos estimados aos cofres do Governo do Tocantins estão avaliados em R$ 200 milhões através de fraudes em contratos de licitações públicas com empresas de familiares e pessoas de confiança do governador Marcelo Miranda (PMDB). Todos são alvos de operação da Polícia Federal deflagrada nesta segunda-feira (28). O dinheiro era ocultado e lavado através da compra de gado, por isso a operação foi batizada como ‘Reis do Gado’. O secretário de infraestrutura, Sérgio Leão, está com a prisão temporária decretada. Ao todo foram expedidos 108 mandados judiciais pelo Superior Tribunal de Justiça sendo, 8 mandados de prisão temporária, 24 de condução coercitiva e 76 de busca e apreensão nas cidades de Palmas e Araguaína no Tocantins, Goiânia/GO, Brasília/DF, Caraguatatuba/SP Canãa dos Carajás, Redenção, Santa Maria, São Felix do Xingu e Sapucaia/PA. Segundo a PF, a ocultação do dinheiro desviado ilicitamente dos cofres do Estado era feita por meio de transações imobiliárias fraudulentas, contratos de gaveta e manobras fiscais ilegais dentre os quais a compra de fazendas e de grandes quantidades de gado. Parte do valor teve por destino a formação de caixa dois para campanhas realizadas no Estado. “Chamou atenção dos policiais o volume de algumas transações financeiras do grupo que, pela sua desproporcionalidade, denotam claramente a intenção de dissimular as vultosas movimentações ilícitas do grupo”, diz a nota da PF. Em um dos casos foi identificada um contrato de compra de gado cujo volume, segundo a perícia realizada, não caberia sequer dentro da propriedade onde pretensamente deveriam se encontrar o rebanho. Essa técnica foi apelidada pelos investigadores como "Gados de Papel". Em outro caso, um contrato de prestação de serviços entre o governo e uma empresa de transportes aéreos alcançou valores tão exorbitantes que, sendo dimensionadas em horas de voo, obrigariam os aviões a serem abastecidos no ar para que se pudesse suprir o valor integral do contrato. Os investigados responderão pelos crimes de lavagem de dinheiro, peculato, corrupção passiva, fraudes à licitação e organização criminosa. O nome da operação "Reis do gado" foi dado em razão dos principais investigados serem grandes pecuaristas no Estado do Pará e o gado era a destinação de grande parte do dinheiro desviado, onde se operava verdadeira lavagem de dinheiro.
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