Em Araguaína

Mala com 32 milhões de Cruzados é encontrada por irmãos após morte do pai em Araguaína

Notas já estão muito desgastadas, com dobras e manchas. 

Por G1 Tocantins 2.510
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30/10/2024 10h51 - Atualizado há 2 semanas
Dinheiro encontrado pelos filhos do senhor Paulo Abreu, em Araguaína.

Notícias de Araguaína -  Imaginou achar uma mala cheia de dinheiro, deixada pelo seu pai. Pois bem, esse caso aconteceu em Araguaína, na região norte do estado. Mas a alegria durou pouco para dois irmãos, filhos do lavrador Paulo Abreu. 

Foi por falta de confiança nos bancos que Paulo Abreu passou a guardar seu dinheiro em uma 'poupança física' durante anos, segundo a família. As economias estavam tão bem guardadas que somente após sua morte aos 77 anos, em 2012, seus filhos encontraram a maior parte da 'herança' que soma 32 milhões em Cruzados.

"Ele faleceu, nós entrávamos na casa dele e não mexíamos em nada. Até que encontramos uma mala cheia de dinheiro", contou o técnico de manutenção Waloar Pereira Magalhães.

O "tesouro" é composto por notas e moedas do Cruzado, moeda que circulou no Brasil entre 1986 e 1989.

"O papai já era uma pessoa idosa e não quis mais mexer com o banco, né? Mas nós não sabíamos que ele guardava daquele tanto [de dinheiro], não", contou Waloar Pereira Magalhães, um dos filhos de Paulo.

Waloar conta que o pai também tinha o hábito de guardar moedas que ficavam à mostra, em uma mesa dentro do quarto.

"As moedas, ele botava em um vidro aberto, todo mundo via dentro de casa. Tem até moeda de duzentos réis, de quatrocentos réis. Toda moeda que ele trazia da rua, jogava lá dentro. Moeda velha, moeda antiga. Papai é de 1937. As moedas, nós sabíamos, mas o dinheiro, não", contou o filho.

As cédulas de dinheiro, por outro lado, estavam em uma mala que só foi encontrada pelos filhos após a morte de Paulo. 

Mudança de moeda

Depois do Cruzado, vieram o Cruzado Novo (1989-1990), o Cruzeiro (1990-1993), o Cruzeiro Real (1993-1994) e, finalmente, o Real.

As notas e moedas encontradas pelos irmãos não têm valor financeiro, mas poderiam interessar a colecionadores. No entanto, o presidente do Clube Numismático do Rio de Janeiro, André Luiz Padilha, explica que esse dinheiro pode não ter um valor muito alto nesse mercado.

"O fato de terem encontrado as cédulas dobradas, já todas unidas, com manchas, marcas, dobras, e por serem cédulas que tiveram uma grande produção, uma grande impressão, elas têm um valor numismático já muito baixo comparado às cédulas muito novas. Então, as cédulas gastas já não têm mais valor nenhum", afirma.

A numismática é o estudo das moedas e outros objetos com formato de moeda, como fichas e medalhas. Em alguns casos, pode-se conseguir um valor considerável vendendo cédulas raras para colecionadores.

A esperança de Waloar e seus irmãos é conseguir vender a herança do pai a colecionadores ou trocar o dinheiro por reais.

Segundo André Padilha, as moedas têm um valor importante para a história nacional e podem contribuir para a educação das novas gerações.

"Essa coleção, você pode doar para um colégio, para instituições de ensino ou de preservação da história da cidade, como museus, casas de cultura, para que eles possam trabalhar essas cédulas com as crianças", afirma.

Cédulas estavam escondidas dentro da mala.

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