Cerca de 16 candidatos são acusados de fraudar as provas para o concurso da PM do Tocantins
A Polícia Militar do Tocantins divugou nota na manhã desta sexta-feira (19) a respeito da fraude no concurso público da corporação. Conforme a nota, será instaurado um processo administrativo para apurar as possiveis irregularidades.
Nota
"A Polícia Militar do Tocantins informa que recebeu a Requisição 246/2018, oriunda da 28ª PJC, do Ministério Público Estadual, para instauração de procedimento administrativo, com a finalidade de apurar supostas falhas no concurso público para Soldado e Oficial da PMTO.
Foram solicitadas maiores informações ao Ministério Público Estadual para, de posse destas, instaurar o processo administrativo requisitado e apurar os fatos.
Posteriormente, a PM analisará, via Comissão do Concurso, à luz da Lei 8666/93, as medidas cabíveis".
ENTENDA
A Polícia Civil já identificou 16 candidatos que receberam o gabarito não oficial do concurso da PM do Tocantins, realizado em março deste ano.
O inquérito que investiga a fraude chegou ao total de 35 números de telefone envolvidos no esquema. Eles vão responder por associação criminosa e fraude em concurso público.
A origem de outros 19 números ainda é desconhecida, pois estavam cadastrados em nome de terceiros que não tiveram envolvimento com a fraude.
As investigações tiveram início após a apreensão de um aparelho celular encontrado no banheiro de um dos locais de prova em Araguaína, norte do Estado, conforme revelado com exclusividade pelo AF Notícias.
Em decorrência desse fato, a Polícia Civil deflagrou a Operação Ateleia, em 21 de junho, nos Estados do Tocantins, Maranhão e Piauí.
Ao todo, 14 pessoas foram presas, entre elas Antônio Ferreira Lima Sobrinho, conhecido pela alcunha de 'Antônio Concurseiro’, o mentor da fraude.
Em julho, o MPE divulgou que apurava irregularidades do concurso e expediu recomendação ao governador Mauro Carlesse (PHS) para manter o certame suspenso.
Em setembro deste ano, o MPE instaurou um inquérito para investigar a apreensão de outro aparelho celular em uma das salas de aula do Colégio Darcy Ribeiro, em Palmas, no dia da aplicação das provas, fato mantido sob sigilo até ser revelado com exclusividade pelo AF Notícias.
Além dessas investigações, o MPE ainda apura o rompimento do lacre de um dos envelopes de provas na cidade de Arraias, no sul do Tocantins.
A SUSPENSÃO
O concurso da PM do Tocantins foi suspenso ainda em março deste ano, mês da aplicação das provas, por determinação do Tribunal de Justiça do Tocantins (TJ), após o então governador Marcelo Miranda (MDB) ter o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O concurso continua suspenso e não tem previsão para ser retomado. O certame oferta 1.00 vagas para soldado e 40 para oficial.