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Pessimistas

Brasileiros são os mais pessimistas do mundo sobre o futuro do país, revela pesquisa

Para praticamente sete em cada dez pessoas (67%), o país está “em declínio”.

Por Nicole Almeida
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02/10/2024 08h54 - Atualizado há 4 dias
Brasileiros são os mais pessimistas sobre o futuro do país, revela pesquisa

Os brasileiros são os mais pessimistas em relação ao futuro de seu próprio país, de acordo com uma pesquisa inédita da Ipsos divulgada pela BBC News Brasil. O estudo revela que cerca de sete em cada dez brasileiros (67%) acreditam que o Brasil está "em declínio", o que significa que veem o país se tornando um lugar pior no futuro.

Brasileiros lideram pessimismo global

O levantamento, intitulado Beyond Populism? Revisited ("Além do Populismo? Revisto", em tradução livre), foi realizado em 24 países e coloca o Brasil no topo da lista de pessimismo. Logo atrás dos brasileiros, estão os sul-africanos (64%) e os argentinos (58%), que também compartilham uma visão negativa sobre o futuro de seus países. Por outro lado, os chilenos são os mais otimistas, com apenas 24% acreditando que o Chile está em declínio.

Essa percepção dos brasileiros também é muito mais negativa do que a média global, que é de 44%. O estudo aponta que o sentimento de desconfiança em relação ao futuro do país reflete questões políticas, sociais e econômicas que afetam diretamente a população.

Comparação com 2016: um leve alívio no pessimismo

A pesquisa de 2023 repete um levantamento feito pela Ipsos em 2016, que analisava até que ponto as pessoas confiavam nas regras políticas e econômicas de seus países. A boa notícia é que, apesar do alto nível de pessimismo, houve uma leve melhora em relação ao cenário anterior. Em 2016, 72% dos brasileiros acreditavam que o país estava em declínio, número que caiu para 67% este ano.

Ainda assim, a situação permanece preocupante. Em 2016, o Brasil enfrentava um cenário econômico pior, com o país saindo de uma recessão apenas em meados de 2017. Naquele ano, as eleições municipais e os desdobramentos da operação Lava Jato alimentaram a percepção de crise e corrupção.

Regras econômicas são vistas como injustas

Além do pessimismo com o futuro, 71% dos brasileiros acreditam que as regras econômicas do país são injustas, favorecendo apenas os ricos e poderosos. Esse sentimento de injustiça econômica também coloca o Brasil entre os países com pior percepção em relação à equidade das políticas econômicas. Apenas Rússia (75%) e Hungria (74%) apresentam índices superiores.

Esse quadro de desconfiança no sistema econômico reflete uma insatisfação global, embora com uma leve melhora desde 2016. Naquele ano, 69% dos entrevistados em todo o mundo compartilhavam dessa visão, contra 63% atualmente.

Desconfiança nas instituições brasileiras

Outro dado que chama a atenção na pesquisa é o alto nível de desconfiança dos brasileiros em relação às instituições do país. Quando questionados sobre a confiança no governo, 81% dos brasileiros afirmaram que "não confiam" ou "confiam pouco". Esse índice é significativamente maior do que a média global, que é de 66%.

O sistema de Justiça brasileiro também não escapa do olhar crítico da população: 67% dos entrevistados no país não confiam no sistema, um número maior que a média global de 56%. Além disso, a confiança na mídia brasileira é baixa, com 67% dos entrevistados afirmando não confiar nas notícias divulgadas.

Democracia em baixa na América Latina

Os dados da Ipsos sobre o Brasil fazem parte de um contexto mais amplo de insatisfação na América Latina. Um levantamento paralelo, o Latinobarômetro, divulgado em novembro de 2018, mostra que apenas 48% dos moradores da região preferem a democracia como sistema de governo, uma queda em relação aos 53% de 2017 e 61% em 2010.

Essa queda no apoio à democracia levanta preocupações sobre o futuro político da região, especialmente diante do aumento do autoritarismo e das crises econômicas e sociais que afetam muitos países latino-americanos.

Reflexão sobre o futuro do Brasil

Os dados apresentados pela pesquisa Ipsos deixam claro que o Brasil enfrenta uma profunda crise de confiança em suas instituições e em seu futuro. A percepção de que o país está em declínio, somada à desconfiança no governo, no sistema de Justiça e na economia, reflete o descontentamento generalizado da população.

Essa visão pessimista pode ser um reflexo da polarização política e da instabilidade econômica, mas também aponta para a necessidade urgente de mudanças estruturais. A pergunta que fica é: o que o Brasil precisa fazer para reverter esse cenário e restaurar a confiança de sua população no futuro?

O que essa pesquisa nos diz sobre o Brasil e o mundo?

1. O que a pesquisa Ipsos revela sobre o Brasil?
A pesquisa mostra que 67% dos brasileiros acreditam que o país está em declínio, um dos índices mais altos entre os 24 países pesquisados.

2. O Brasil é o único país com alta taxa de pessimismo?
Não. Outros países, como África do Sul (64%) e Argentina (58%), também apresentam altos níveis de pessimismo.

3. A situação do Brasil melhorou desde 2016?
Sim, houve uma leve melhora. Em 2016, 72% dos brasileiros achavam que o país estava em declínio, número que caiu para 67% em 2023.

4. Como os brasileiros veem as regras econômicas do país?
Cerca de 71% dos brasileiros consideram que as regras econômicas são injustas e beneficiam os ricos.

5. O Brasil é mais pessimista que a média global?
Sim. A média global de pessimismo é de 44%, muito inferior aos 67% do Brasil.

6. Os brasileiros confiam nas instituições do país?
Não. 81% dos brasileiros afirmam não confiar no governo, e 67% não confiam no sistema de Justiça.

7. A confiança na mídia brasileira é baixa?
Sim. 67% dos brasileiros não confiam na mídia, índice superior à média global de 65%.

8. O apoio à democracia na América Latina está em queda?
Sim. De acordo com o Latinobarômetro, apenas 48% dos latino-americanos preferem um sistema democrático, uma queda em relação aos anos anteriores.

9. A desconfiança em relação às instituições no Brasil pode mudar?
Segundo especialistas, esse processo pode levar anos ou até décadas para reverter.

10. Como o Brasil pode restaurar a confiança da população?
Mudanças estruturais profundas, tanto políticas quanto econômicas, são necessárias para restaurar a confiança dos brasileiros no futuro do país.

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