<span style="font-size:14px;">Fazer uma animação pode ser complicado, além de caro. Embora os números quase sempre sejam sigilosos para as empresas produtoras, o que se comenta, extraoficialmente, é que são produções na faixa da centena de milhões de dólares. O prazo médio é de três anos. Em compensação, as decisões muitas vezes são rápidas - rapidíssimas. Rio, de Carlos Saldanha, o primeiro, estourou nos cinemas de todo o mundo tão logo foi lançado, em 2011. Em cerca de um mês, a Fox e a empresa produtora Blue Sky já haviam decidido que haveria o 2. O filme estreia na próxima quinta, dia 27, em cópias 2D e 3D. Inicia uma sucessão de lançamentos nos dois formatos.<br /> <br /> Na segunda passada, houve a coletiva de lançamento de Rio 2. Onde? No Rio, claro. A Fox conseguiu que o Parque Lage cedesse seu imponente cenário - o prédio e as matas ao redor - para abrigar o evento. Na casa do parque, Glauber Rocha rodou uma cena importante de Terra em Transe. Na piscina, em seu interior, Joaquim Pedro de Andrade localizou a feijoada gigantesca de Macunaíma. A Fox armou uma tenda junto à mata para aproximar os jornalistas do habitat de Rio 2. No segundo episódio das aventuras de Blu e Jade, a ação começa na orla carioca, no tradicional réveillon que lota Copacabana. Não demora muito - na cena seguinte - e a ação desloca-se para a Amazônia, onde o ornitólogo Túlio descobre que Blu não é o último de sua espécie, mas que existe toda uma reserva de araras azuis.<br /> <br /> Carlos Saldanha reconhece que Rio 2 é mais infantil do que o primeiro, mas não houve nenhuma pressão para isso. Foi uma opção dele fazer um filme mais simples e direto para os pequeninos. O réveillon como grande explosão carioca meio que predispõe o público a entrar num universo de magia.</span><br /> <br /> <div class="media_embed"> <iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/I_TarJ2AoFs" width="560"></iframe></div> <br /> <span style="font-size:14px;">Muitos críticos reclamaram que se trata de obra de propaganda, ‘encomendada’ para vender a sede (uma das) da Copa do Mundo e, depois, em 2016, da Olimpíada. Saldanha ama o Rio. Nega que o Rio que cria em seus filmes seja uma utopia maravilhosa. A cidade está mais para Alemão, o longa de José Eduardo Belmonte, do que para esse paraíso idílico. Mas ele faz a ressalva - “O objetivo nunca foi fazer um documentário. Estou trabalhando no registro de fantasia, mas duvido que possam me acusar de falsificação. O Rio é essa cidade maravilhosa.”<br /> <br /> Do Rio, portanto, a trama salta para a Amazônia, mas para chegar lá é preciso atravessar o Brasil. Presentes à coletiva estavam os compositores Sérgio Mendes e Carlinhos Brown, e o ator Rodrigo Santoro, que dubla Túlio, o ornitólogo. Carlinhos dá a sua definição de Rio 2. “O filme, ao atravessar o Brasil, viaja na nossa diversidade. Ela não é apenas de paisagens, de tipos humanos e de arquitetura. É também musical.” Na Amazônia, o filme encontra outro de seus temas - o desmatamento. Há um vilão que está destruindo a rain forest, e numa cena a destruição ameaça substituir a exuberância verde por um deserto vermelho. As máquinas, a destruição da vida e a árvore na qual, em protesto, se alojam os pássaros - tudo isso remete diretamente a Avatar, de James Cameron. Avatar? “Nunca foi uma referência”, avaliza Saldanha. “Está nos seus olhos, nos olhos de quem vê.”</span>