Aluno nota mil do Enem dividia tempo entre curso técnico, cursinho e estudos em casa

Por Redação AF
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24/01/2015 17h11 - Atualizado há 5 anos
<span style="font-size:14px;"><u>Mariana Tokarnia&nbsp;</u><br /> <em>Ag&ecirc;ncia Brasil</em></span><br /> <br /> <span style="font-size:14px;">Depois de um ano dividindo o tempo entre curso t&eacute;cnico, cursinho e estudos em casa, Luis Henrique Sales, de 19 anos, conquistou, junto com 249 estudantes em todo o Brasil a nota mil na reda&ccedil;&atilde;o do Exame Nacional do Ensino M&eacute;dio (Enem). O estudante, que tem paralisia cerebral, conta que dormia apenas das 2h30 &agrave;s 6h30 na prepara&ccedil;&atilde;o para o exame. A nota m&aacute;xima foi a melhor recompensa que poderia ter.<br /> <br /> <em>&ldquo;Foi uma alegria. Ele disse: m&atilde;e a senhora n&atilde;o acredita. Eu disse, parab&eacute;ns. E pronto, n&atilde;o conseguimos nos dizer mais nada&rdquo;</em>, diz a m&atilde;e, Dourizan de Sales Santos, emocionada. Caso consiga uma vaga em uma faculdade, Luis Henrique ser&aacute; o primeiro da fam&iacute;lia a entrar no ensino superior. Ele j&aacute; havia conseguido uma vaga no Instituto Federal do Maranh&atilde;o (Ifma) para t&eacute;cnico em mec&acirc;nica.<br /> <br /> O sonho era, no entanto, entrar no ensino superior e, para isso, fazer o Enem. Ele terminou o ensino m&eacute;dio em 2013, se inscreveu no exame, mas n&atilde;o conseguiu fazer a prova porque havia esquecido a identidade em um stand onde fez a inscri&ccedil;&atilde;o para o vestibular da Universidade Estadual do Maranh&atilde;o (Uema). <em>&ldquo;Pense numa pessoa que chorou. Ele queria muito fazer o Enem. Mas esse ano acabou o sofrimento&rdquo;</em>, conta o pai, Luis Carlos Magalh&atilde;es Santos.<br /> <br /> A fam&iacute;lia mora em Garapa, regi&atilde;o da periferia da capital maranhense S&atilde;o Lu&iacute;s. Luis Henrique sempre estudou em escola p&uacute;blica. O pai conta que no ensino fundamental o rapaz sofreu preconceito por parte dos outros alunos. <em>&ldquo;Ele sempre quis provar que pode. No ensino fundamental teve a quest&atilde;o da discrimina&ccedil;&atilde;o, pelo jeito de falar, de andar. Sempre disse para ele iriaa e ainda vai passar por esses momentos, mas que ele pode fazer qualquer coisa que quiser</em>&rdquo;, diz o pai. O esfor&ccedil;o lhe rendeu uma vaga no Col&eacute;gio de Aplica&ccedil;&atilde;o da Ufma, o Col&eacute;gio Universit&aacute;rio, onde cursou o ensino m&eacute;dio.<br /> <br /> Agora, o que Luis Henrique quer &eacute; cursar engenharia da computa&ccedil;&atilde;o na institui&ccedil;&atilde;o de ensino superior. Ele espera o resultado do Sistema de Sele&ccedil;&atilde;o Unificada (Sisu), que ser&aacute; divulgado nesta segunda-feira (26).<em> &ldquo;Estou feliz [com o resultado no Enem] foi muito estudo. Eu escolhi o curso porque &eacute; o que eu gosto, o que sempre gostei&rdquo;</em>, diz o estudante.<br /> <br /> Para ele, o segredo de ter tirado nota mil foi ter estudado e aplicado as regras do Enem, que eram discutidas em sala pelos professores do cursinho, al&eacute;m de praticar. <em>&ldquo;Eu acho que o diferencial foi ter abordado os dois lados, tanto a pessoa que emite o an&uacute;ncio quanto quem recebe, que s&atilde;o as crian&ccedil;as</em>&rdquo;, diz. O tema da reda&ccedil;&atilde;o foi Publicidade Infantil, assunto em quest&atilde;o no Brasil.<br /> <br /> O diretor do curso preparat&oacute;rio Wellington, Carlos Wellington de Castro, disse que o aluno &eacute; motivo de orgulho. <em>&ldquo;S&oacute; dois alunos tiraram a nota m&aacute;xima no estado&rdquo;</em>, ressalta. Ele era um dos estudantes beneficiados pelas vagas reservadas no cursinho para ex-alunos de escolas p&uacute;blicas, a pre&ccedil;os acess&iacute;veis. <em>&ldquo;Almo&ccedil;ava e ficava ininterruptamente estudando&rdquo;</em>, conta.<br /> <br /> Os estudos sem fim n&atilde;o davam descanso a m&atilde;e. Dourizan diz que ficava muito preocupada com a alimenta&ccedil;&atilde;o do filho, que esquecia de comer enquanto estudava. <em>&ldquo;Eu tinha que fazer lanche, levar para ele</em>&rdquo;. Agora, ele pode descansar um pouco, andar de bicicleta e comer um prato de macarronada com tranquilidade, prato e atividade preferidos segundo a m&atilde;e.</span>
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