<span style="font-size:14px;"><u>Da Redação</u><br /> <br /> Terminou sem encaminhamentos a audiência pública realizada durante reunião da Comissão de Segurança Pública da Assembleia na tarde desta terça-feira, dia 10. A audiência tinha o objetivo de formar de uma comissão para promover o diálogo entre policiais civis, que estão em greve desde o dia 25 de fevereiro, e o Governo do Estado. </span><span style="font-size:14px;">Apesar dos apelos da deputada Luana Ribeiro (PR), autora do requerimento que originou o evento,</span><span style="font-size:14px;"> o presidente da Comissão de Segurança Pública, deputado Nilton Franco (PMDB), postergou a proposta para a próxima reunião.<br /> <br /> Apesar de convidado com antecedência, o Governo do Estado não encaminhou nenhum representante à audiência pública. <em>“Esta é a primeira vez que fazemos uma audiência pública que requer a presença do Governo do Estado e o governo não envia nenhum representante. Essa atitude demonstra total falta de respeito à sociedade, às categorias e a esta Casa de Leis”</em>, criticou a deputada Luana Ribeiro (PR).<br /> <br /> Foram convidados o Comandante-geral da Polícia Militar, Glauber de Oliveira, o secretário de Segurança Pública, o promotor Cesar Simoni, que justificaram a ausência; e o Procurador Geral do Estado, Sérgio do Vale, que confirmou a presença, mas não apareceu. Por outro lado, representantes das policias civil e militar participaram da audiência. </span><br /> <br /> <span style="font-size:14px;">Em nome dos grevistas, discursaram representantes dos policiais civis e dos delegados da Polícia Civil. Além de manifestar descontentamento, eles relembraram que os benefícios são apenas uma parte das lutas das categorias que também sofrem com excessiva jornada e problemas quanto às condições de trabalho. Líderes da polícia militar também compareceram e se pronunciaram em apoio aos colegas civis.</span><br /> <br /> <span style="font-size:14px;">O deputado Eduardo Siqueira Campos (PTB) sugeriu ao líder do governo na Casa, o petista Paulo Mourão, que agende reunião entre grevistas e o governador, mas a proposta não prosperou. O governador Marcelo Miranda (PMDB) não enviou representantes para a audiência. O Executivo foi defendido apenas pelo líder do governo que relembrou as condições financeiras herdadas pela atual gestão.<br /> <br /> <em>“A discussão não é legal, mas financeira. O Tocantins está desenquadrado na Lei de Responsabilidade Fiscal desde 2010 e o gasto com a folha de pessoal chegou ao pico em 2013. As leis que concederam os benefícios aos policiais não foram vedadas pela lei eleitoral, mas pela LRF porque, desenquadrado, o Estado não poderia ter concedido tais reajustes”</em>, informou Mourão.<br /> <br /> <u><strong>Falta de habilidade para o diálogo</strong></u><br /> <br /> Segundo a parlamentar, falta habilidade do governo em negociar com as categorias. <em>“Querem governar na Justiça, com liminar, com ações que podem demorar meses. A população precisa de uma solução urgente, não pode ficar à mercê das circunstâncias ou da criminalidade”</em>, disse Luana.<br /> <br /> O presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Tocantins (Sinpol-TO), Moisemar Marinho, acredita na negociação. “<em>A polícia civil está aguardando uma proposta concreta para acabar com a greve, mas ainda não fomos chamados para conversar”</em>, afirmou. A Polícia Civil luta por benefícios adquiridos na Lei 2.851/14, que faz o alinhamento das carreiras dos policiais. Mais de 1.700 profissionais da ativa aguardavam o realinhamento há mais de oito anos.<br /> <br /> <u><strong>Quase 2 mil comissionados</strong></u><br /> <br /> Luana Ribeiro ainda chamou a atenção para a quantidade de cargos comissionados, lançados no Diário Oficial do Estado. <em>“Desde o inicio do atual governo até ontem, foram nomeados 1.934 pessoas em cargos em comissão. Será que se diminuírem a quantidade de comissionados não dá para pagar os benefícios aos policiais”</em>, questionou. A parlamentar disse ainda que é preciso nomear os concursados da Defesa Social e convocar os candidatos aprovados e que estão na reserva.<br /> <br /> <u><strong>Polícia Militar</strong></u><br /> <br /> Representantes dos sindicatos e associações da Polícia Militar também compareceram. Eles lutam para manter a promoção aos oficias e praças também garantida por lei. Mais de 2.500 policiais militares foram promovidos e, depois que a lei foi suspensa, rebaixados aos antigos cargos. <em>“Aguardamos um posicionamento do governo e uma solução”</em>, disse o presidente da associação dos militares pensionistas, Raimundo Sulino.</span>