<div style="text-align: justify;"> <span style="font-size:14px;">Está marcada para o dia 5 de novembro a audiência pública que discutirá as aplicações financeiras do Instituto de Gestão Previdenciária do Tocantins (Igeprev). O pedido foi feito pelo deputado estadual Sargento Aragão (PROS), através de requerimento aprovado em regime de urgência, e acatado por Marcelo Lelis (PV), que preside a Comissão de Administração, Trabalho, Defesa do Consumidor, Transportes e Desenvolvimento Urbano e Serviços Públicos.<br /> <br /> Serão convocados, para prestar esclarecimentos todos os agentes públicos envolvidos no Instituto de Previdência, desde os atuais gestores até os ex-gestores do Instituto. Participarão ainda da audiência sindicatos de servidores e representantes do Ministério da Previdência.<br /> <br /> Um dos exemplos citados por Aragão foi a respeito da liquidação extrajudicial da empresa Diferencial Corretora de Títulos e Valores, por parte do Banco Central. A empresa administrava cerca de R$ 150 milhões do Fundo Previdenciário, o que corresponde a 5% do saldo estimado dos R$ 2,5 bilhões do fundo.<br /> <br /> Na decisão do banco, avalia-se que só é decretada a liquidação extrajudicial, depois que a fiscalização percebe irregularidades, tais como: ausência de recursos disponíveis, desvio de dinheiro, descumprimento de normas ou não pagamento de obrigações.<br /> <br /> De acordo com relatórios do Ministério da Previdência, foi constatado mais de R$ 500 milhões de investimentos temerários em apenas dois anos: 2011 e 2012, contrariando a resolução 3922, do Banco Central. “É claro que a Polícia Federal ainda está investigando as ramificações do escândalo que teria desviado do escândalo que teria desviado R$300 milhões só nos últimos 18 meses, mas os relatórios da Previdência são contundentes”, afirmou o deputado.<br /> <br /> A auditoria feita no Igeprev no início deste ano demonstra outra face cruel da administração do patrimônio de cerca de R$ 3 bilhões do Instituto. O Igeprev tem aplicado no FI Onix RF LP o equivalente a R$ 272 milhões e 740 mil. Sendo que o Igeprev é o único cotista deste fundo aí, cujo patrimônio líquido é 100% das aplicações. Caso o fundo quebre, perde-se R$ 272 milhões.<br /> <br /> A primeira aplicação foi em 3 de agosto de 2012 (R$ 108.473.328,23) - veja que o Igeprev era o único investidor deste fundo - teve nova aplicação em 9 de agosto de 2012 (seis dias depois da primeira aplicação) e já em 31 de dezembro de 2012 as aplicações do Igeprev (do qual é único cotista, único sócio) naquele fundo estavam naqueles R$ 272.740.497,24.<br /> <br /> Completamente irregular, conforme os auditores do Ministério da Previdência. Os auditores chegam a relatar que este fundo foi criado "apenas para acomodar" as pendências anteriores apuradas pelos auditores.<br /> <br /> No balanço patrimonial do Igeprev em junho do ano passado, consta como valor total de aplicações o montante de R$ 2.111.614.287,39. Ocorre que no DAIR (Demonstrativo das Aplicações e Investimentos dos Recursos), foram informados R$ 2.392.851.334,82. Uma diferença, portanto, de R$ 281 milhões. Para justificar, o Igeprev teria informado aos auditores que era uma imposição Secretaria da Fazenda e que R$ 175.571.201,64 referiam-se a previsão de perdas.</span><br /> <br /> <u><strong><span style="font-size: 14px;">Entenda</span></strong></u><br /> <br /> <span style="font-size:14px;">Desde o mês de março Aragão tomou frente para questionar a atuação do Igeprev no Tocantins. Em requerimento aprovado em regime de urgência, ainda em março, o deputado fez um convite para que o presidente do Igeprev, Rogério Villas Boas, comparecesse na Assembleia Legislativa e prestasse esclarecimentos sobre aplicações financeiras do órgão.<br /> <br /> Como não compareceu, Sargento Aragão apresentou um novo requerimento, também aprovado em regime de urgência, pedindo a convocação do presidente na Casa.<br /> <br /> O parlamentar também esteve em Brasília, e chegou a apresentar um dossiê com todas as denúncias, que saíram na mídia, a respeito do Igeprev.</span></div>