<span style="font-size:14px;">A defensora pública Letícia Amorim, coordenadora do NADEP – Núcleo de Assistência e Defesa ao Preso participou nesta segunda-feira, (18), de uma reunião com o secretário de Defesa Social do Estado, Nilomar dos Santos Farias.<br /> <br /> Na reunião foram tratadas diversas questões relativas ao Sistema Prisional tocantinense, todas resultadas de constatações dos defensores públicos durante atendimento e vistorias nas unidades.<br /> <br /> Conforme a Defensoria, a alimentação fornecida tem sido uma reclamação recorrente, os detentos denunciaram a qualidade como péssima, a pequena quantidade servida e a falta de variedade (o comum é ser servido um pedaço de linguiça ou um ovo com arroz, e que até comida estragada já foi fornecida).<br /> <br /> A Defensora Pública questionou o Secretário sobre a razão da comida ser de péssima qualidade, sendo que é terceirizada e utilizado dinheiro público para isso, e ainda relatou que em recente visita as Unidades Prisionais de Guaraí e Colinas foi flagrado leite sendo entregue em galão de água sanitária.<br /> <br /> A água também está na lista das reclamações, ela é fornecida em um horário único do dia, quando todos tem que se apressar para lavar a cela, lavar as roupas, tomar banho e ainda armazenar água para beber.<br /> <br /> Em alguns locais a denúncia foi de interrupção no fornecimento, já chegou a ficar em três dias. O racionamento é antigo, já foi noticiado para os órgãos competentes do Estado e da Federação, e inclusive já foi alvo de recomendação e Ação Civil Pública.<br /> <br /> O ponto principal da reunião foi a questão das revistas vexatórias, que mesmo com a edição da Portaria nº 1,014 de 15 de outubro de 2013 determinando como deve ser o procedimento de visitas aos presos, e com a recomendação da Defensoria Pública de 28 de julho de 2014 que pede a suspensão das revistas vexatórias. O Estado ainda não adquiriu os equipamentos recomendados e continua usando de prática constrangedora para fiscalizar àqueles que pretendem visitar alguns detentos.<br /> <br /> <em>“Queremos tão somente o cumprimento da Portaria, onde o Estado providencia a compra dos equipamentos e elimina de vez essa prática que constrange, humilha e até afasta filhos de visitarem os pais, em outros Estados”,</em> relatou a defensora pública Letícia Amorim.<br /> <br /> A exemplo de São Paulo, o governo está afastando a revista vexatória mesmo sem ainda ter o material recomendando.<br /> <br /> Disse ainda:<em> “Saio da reunião com esperanças de mudanças no quadro, o secretário solicitou os relatórios das vistorias feitas, dessa forma ele terá conhecimento da real situação encontrada e tomar as medidas necessárias”</em>, avaliou defensora pública.</span>