<span style="font-size:14px;"><u>Arnaldo Filho</u><br /> <em>Portal AF Notícias</em><br /> <br /> As praias atraem quase todas as atenções no mês de julho no Tocantins. Esse é um dos motivos que a campanha eleitoral, com seis candidatos ao Governo, ainda está no banho-maria, bem tímida. Sandoval Cardoso foi quem mais percorreu o Estado nas últimas semanas, participando de festas e de todas as cavalgadas nos pequenos e grandes municípios.<br /> <br /> Os outros candidatos, Marcelo Miranda (PMDB); Ataídes Oliveira (Pros); Élvio Quirino (Psol), Carlos Potengi (PCB) e Luiz Claudio Barroso, só devem apressar a peregrinação a partir de 1º de agosto, quando começa a contagem regressiva.<br /> <br /> Mesmo com uma campanha tímida, até agora pouco se falou em propostas e projetos para desenvolvimento do Tocantins. Os debates ficaram mais na troca de farpas e acusações. Enquanto Sandoval Cardoso vem apostando nas ações do seu governo, os candidatos de oposição focam na ausência das ações governamentais. <br /> <br /> Sem sombra de dúvidas, nestas eleições, a troca de acusações entre candidatos não deve conquistar a simpatia, confiança e voto do eleitorado que anda muito descrente com uma política corrupta e principalmente com os políticos tradicionais que usufruem das benesses que a “Casa da Mãe Joana” proporciona. A população quer ouvir e conhecer projetos consistentes, viáveis e não apenas promessas, falácias da boca pra fora. Muitos prometem mundos e fundos durante a campanha e esquecem de tudo quando são eleitos. No Brasil isso é uma prática corriqueira. No Tocantins ainda lembramos de várias delas...<br /> <br /> Lentamente, nosso eleitorado tem avançado em consciência política e desejo de renovação. As últimas eleições municipais mostraram, ainda que de forma tímida, essa tendência. Maioria dos prefeitos que disputaram a reeleição acabaram derrotados. Os Legislativos também experimentaram grandes renovações. Este ano, no Tocantins, 17 deputados estaduais querem retornar à Assembleia Legislativa.<br /> <br /> Agora precisamos avançar também na fiscalização. Historicamente, o Poder Legislativo nunca fiscalizou o Executivo. Pelo contrário, foi sempre um “balcão de negócios”, vive numa relação de subserviência e também de rebeldia, mas só quando os interesses próprios não são atendidos. Por isso os números da corrupção são sempre alarmantes. </span><span style="font-size:14px;">Sinceramente, nesse atual modelo de se fazer política, deturpado, não consigo mais vislumbrar a necessidade de termos deputados e vereadores. </span><span style="font-size:14px;">Por exemplo, o Tribunal de Contas da União (TCU) mostrou agora que apenas no trecho da ferrovia Norte-Sul entre Aguiarnópolis e Palmas (TO) o superfaturamento foi de 37,3 milhões de reais.<br /> <br /> Outro caso “interessante”, por exemplo, está no Tocantins onde o governador contratou quase 5.500 servidores públicos em 30 dias, inclusive já no período eleitoral quando há proibição em lei. Por outro lado, há candidatos aprovados em concurso aguardando nomeação. Não poderia deixar de citar o emblemático caso do Igeprev (Instituto de Gestão Previdenciária do Tocantins), que levou um rombo equivalente a seis mensalões do PT. Acontece que em todos esses casos os “fiscais” eleitos pelo povo se recusaram a tomar alguma atitude. As famosas CPI’s nunca resultaram em nada, a não ser em pizza. Por essas, e outras, razões, nós, eleitores, também precisamos avançar na fiscalização, porque se deixarmos por contas dos “fiscais” continuaremos a ser roubados à luz do dia.</span>