Ex-deputado que contratou cantor sertanejo fantasma acredita que vai morrer antes de ser julgado

Por Redação AF
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10/03/2014 11h31 - Atualizado há 5 anos
<div style="text-align: justify;"> <span style="font-size:14px;">Um ex-deputado federal foi denunciado pelo Minist&eacute;rio P&uacute;blico Federal por contratar um cantor sertanejo como funcion&aacute;rio fantasma em seu gabinete quando ainda era deputado. Raymundo Veloso (PMDB-BA) assinou a nomea&ccedil;&atilde;o e atestou a frequ&ecirc;ncia de Zenon Vaz da Silva, o Igor da dupla Igor e Breno, mas o pr&oacute;prio sertanejo admitiu que nunca apareceu na C&acirc;mara para trabalhar, em mais uma vertente do chamado &ldquo;golpe da creche&rdquo;. Por causa dessa contrata&ccedil;&atilde;o, o ex-parlamentar responde a processo agora por desvio de dinheiro p&uacute;blico.<br /> <br /> Enquanto a C&acirc;mara desembolsou R$ 65 mil, em valores atualizados, durante 15 meses para bancar os sal&aacute;rios e benef&iacute;cios para Igor, ele cantava pelos bares e boates de Taguatinga, tradicional p&oacute;lo sertanejo da capital federal, que revelou artistas como Rick e Renner. Zenon e seu parceiro lan&ccedil;aram um disco em 2009, no qual uma das m&uacute;sicas, composta pelo pr&oacute;prio fantasma, tem o refr&atilde;o &ldquo;Beijou a minha boca / Beijou por qu&ecirc;? / Agora me encontra e finge nem me conhecer&rdquo;.<br /> <br /> De acordo com a acusa&ccedil;&atilde;o, o chamado &ldquo;golpe da creche&rdquo; foi montado por um ex-motorista do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO). O esquema era formado por v&aacute;rias fraudes como contrata&ccedil;&atilde;o de fantasmas no Congresso e desvios do aux&iacute;lio-creche &ndash; o que chamou a aten&ccedil;&atilde;o dos investigadores inicialmente &ndash; e do vale-transporte.<br /> <br /> A den&uacute;ncia foi apresentada pelo Minist&eacute;rio P&uacute;blico &agrave; 10&ordf; Vara Federal de Bras&iacute;lia no final de fevereiro, e agora est&aacute; nas m&atilde;os do juiz Vallisney Oliveira, que vai julgar se Veloso e Igor cometeram crime de peculato. Mabel n&atilde;o est&aacute; denunciado at&eacute; porque, por ter foro privilegiado, sua participa&ccedil;&atilde;o ou n&atilde;o no caso s&oacute; pode ser analisada pela ministra C&aacute;rmen L&uacute;cia, relatora do inqu&eacute;rito 3421 no Supremo Tribunal Federal.<br /> <br /> L&aacute;, ele &eacute; investigado por causa da contrata&ccedil;&atilde;o de um pasteleiro fantasma em seu gabinete. Mabel tem dito ser v&iacute;tima de seu ex-motorista, tamb&eacute;m investigado. O deputado usa como arma laudo policial apontando falsifica&ccedil;&atilde;o de quase todas suas assinaturas.<br /> <br /> <img alt="" src="http://www.afnoticias.com.br/administracao/files/images/cd_Igor_Breno.jpg" style="width: 300px; height: 300px; border-width: 0px; border-style: solid; margin-left: 5px; margin-right: 5px; float: left;" />Se condenados pela 10&ordf; Vara, o ex-deputado Raymundo Veloso e o sertanejo Zenon &ldquo;Igor&rdquo; Vaz podem pegar, cada um, de dois a doze anos de pris&atilde;o mais multa, pena que pode ser aumentada caso o juiz considere que houve peculato de forma continuada, como sustenta o Minist&eacute;rio P&uacute;blico.<br /> <br /> Mas, em entrevista, o ex-deputado disse acreditar que o processo n&atilde;o terminar&aacute; antes de sua morte, j&aacute; que, aos 77 anos, sua sa&uacute;de est&aacute; debilitada. Veloso diz ser inocente, que foi mal assessorado e que tudo aconteceu porque &ldquo;confia em todo mundo&rdquo;. &ldquo;Quando esse processo chegar ao fim, &agrave;s vezes eu at&eacute; j&aacute; morri. Em 2013 e 2014, foi s&oacute; doen&ccedil;a, interna&ccedil;&atilde;o&hellip;&rdquo;, afirmou ele &agrave; reportagem.<br /> <br /> <u><strong>&ldquo;Deus vai ser por mim&rdquo;</strong></u><br /> <br /> Raymundo Veloso, 77 anos, aposentou-se da pol&iacute;tica e vive em Ilh&eacute;us (BA). De l&aacute;, ele afirmou que sequer conhece o cantor sertanejo Igor, nem mesmo pelo nome civil Zenon Vaz da Silva. &ldquo; Nunca vi. N&atilde;o conhe&ccedil;o nem por nome&rdquo;, disse ele. &ldquo;Eu vou apresentar defesa. Acredito na minha inoc&ecirc;ncia, na Justi&ccedil;a, na Justi&ccedil;a divina&rdquo;, afirmou o ex-deputado. &ldquo;Deus vai ser por mim.&rdquo;</span></div>
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