O ex-governador do Tocantins Sandoval Cardoso (SD) pagou fiança de R$ 50 mil e foi solto na noite desta sexta-feira (28/10). Ele estava preso na Casa de Prisão Provisória de Palmas. Sandoval foi liberado após o Tribunal Regional da Federal 1ª Região conceder um
habeas corpus, ainda na tarde de sexta. A Justiça também concedeu
habeas corpus para o empreiteiro Humberto Siqueira Nogueira, da CSN Engenharia, mas ele não estava preso e era considerado foragido. Ainda dentro do carro, Sandoval declarou à imprensa que tem certeza de sua inocência e pediu compreensão, pois só queria reencontrar sua família. "
Confio muito na Justiça e tenho certeza que a justiça vai ser feita. Tenho certeza da nossa inocência, do trabalho que fizemos pelo Tocantins e que tudo vai ser esclarecido", afirmou. O ex-governador se entregou à Polícia Federal no dia 13 de outubro após ter sua prisão temporária decretada. Ele foi preso na primeira fase da Operação Ápia da Polícia Federal, que investiga supostas fraudes em licitações de terraplanagem e pavimentação asfáltica em 29 rodovias estaduais. Os contratos com as empresas investigadas somam R$ 1,2 bilhão. Já os prejuízos aos cofres públicos estão estimados em R$ 200 milhões. A Justiça determinou que o ex-governador deve compareçer em juízo uma vez por mês. Também o proibiu de manter contato com demais investigados na operação.
Segunda fase da operação Nesta quinta-feira (27/10), a Polícia Federal decretou a prisão preventiva de quatro pessoas ligadas à Construtora Rio Tocantins (CRT), com sede em Araguaína. Essa foi a segunda fase da operação. As prisões foram realizadas em Palmas e Araguaína. A decisão também determinou a busca e apreensão de documentos nas residências dos investigados. Na operação foram presos: Janaína Aires Guimarães (filha do sócio majoritário Rossine Aires Guimarães que está em prisão domiciliar); Cid Hoffman (administrador da empresa), Jairo Arantes (sócio minoritário); e Luciene da Silva Oliveira (empregada da CRT).
Esquema A investigação da Polícia Federal apontou um esquema de direcionamento de licitações envolvendo órgãos públicos de infraestrutura, servidores e sete empresas, nos anos de 2013/2014. Segundo a PF, as obras foram custeadas recursos na ordem de R$ 1,2 bilhão de empréstimos do Estado junto ao BNDES e Banco do Brasil. Estimativa da PF é que o prejuízo aos cofres públicos gire em torno de 25% dos valores das obras contratadas, o que representa aproximadamente R$ 200 milhões de reais. Segundo a PF, havia um cartel entre as construtoras para vencer as licitações, são elas: Empresa Projetos de Engenharia LTDA., CRT Construtora – Rio Tocantins, MVL Construções, Construtora Barra Grande, CCM – Construtora Centro Minas, CSN Engenharia LTDA. e EHL – Consócio EHL. Todo o esquema teria sido descoberto a partir de um contrato do governo com a empresa MVL Construções para obra na TO-126 no valor de R$ 19.368.764,06. Segundo a Polícia Federal, as irregularidades foram detectadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) e repassadas para o Ministério Público Federal.