<span style="font-size:14px;"><u>Da Redação</u><br /> <br /> O “braço político e financeiro” de uma organização investigada pela Polícia Federal de Mato Grosso por suspeitas de grilagem de terras da União injetou R$ 750 mil nas campanhas eleitorais da senadora Kátia Abreu (PMDB), possível Ministra da Agricultura, e do seu filho, deputado federal Irajá Abreu (PSD).<br /> <br /> O pivô do esquema trata-se do ex-prefeito de Lucas do Rio Verde, Marino Franz, que foi preso na quinta-feira (27) durante a Operação Terra Prometida. Franz é um dos maiores empresários do agronegócio em Mato Grosso, apontado pelo Ministério Público Federal como “muito rico, proprietário de diversas fazendas, empresas do agronegócio e sócio-administrador da Fiagril”. Foi também prefeito de Lucas do Rio Verde por dois mandatos, entre 2004 e 2012.<br /> <br /> Conforme o sistema de prestação de contas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marino Franz e a sua empresa, a Fiagril Ltda., injetaram na campanha eleitoral do Tocantins R$ 800 mil. A Fiagril colocou R$ 350 mil e o próprio empresário, R$ 450 mil, direcionados ao Comitê Financeiro Único do PMDB, segundo o <em>Portal CT</em>.<br /> <br /> Do dinheiro de Franz, o Comitê Financeiro Único do PMDB repassou R$ 200 mil para a senadora Kátia Abreu e outros R$ 200 mil para o deputado Irajá Abreu.<br /> <br /> A Fiagril investiu diretamente na campanha de Kátia os R$ 350 mil. Desse valor, ela repassou R$ 100 mil ao filho, Irajá Abreu. As doações estão formalmente declaradas, por isso, por si só, elas não representam qualquer irregularidade.<br /> <br /> <strong><u>Atuação da organização</u></strong><br /> <br /> De acordo com a Polícia Federal, a organização vendia lotes do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) destinados à reforma agraria.<br /> <br /> Conforme a PF, 80 fazendeiros aplicaram esse golpe em mil terras da União, o que pode ter gerado um prejuízo de R$ 1 bilhão aos cofres públicos.<br /> <br /> O ex-prefeito, Marino Franz, é apontado como um dos mais poderosos de todo esquema. Os empresários Odair e Milton Geller, irmãos do ministro da Agricultura, Neri Geller, também foram presos na operação e estão no Centro de Custódia de Cuiabá.<br /> <br /> Na operação, o juiz federal Fábio Henrique Rodrigues Fiorenza determinou a prisão preventiva de 52 pessoas 146 mandados de busca e apreensão e 29 medidas proibitivas. Entre os presos e investigados estão sindicalistas, políticos, servidores públicos do Incra, colaboradores, fazendeiros e empresários.</span>