Fundo de pensão do Tocantins investiu em negócio do doleiro Youssef para compensar pagamento de dívida de deputado

Por Redação AF
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12/08/2014 09h20 - Atualizado há 5 anos
<span style="font-size:14px;"><u>Arnaldo Filho</u><br /> <em>Portal AF Not&iacute;cias</em><br /> <br /> Os doleiros viram no jovem Estado do Tocantins um local prop&iacute;cio para ganhar dinheiro &ldquo;em parceria&rdquo; com governos e prefeituras. Inicialmente o doleiro Fayed Traboulsi, preso pela Pol&iacute;cia Federal no ano passado na Opera&ccedil;&atilde;o Miqueias, manteve rela&ccedil;&otilde;es com o ex-presidente do Igeprev, Rog&eacute;rio Villas Boas, e tentou aproximar-se de prefeitos. Recursos do Instituto de Previd&ecirc;ncia ainda foram investidos em empresas ligadas ao doleiro.<br /> <br /> Agora, outro esc&acirc;ndalo nacional tamb&eacute;m teve o nome do Tocantins envolvido. Meire Bonfim da Silva Poza, ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, piv&ocirc; do bilion&aacute;rio esquema de corrup&ccedil;&atilde;o desbaratado pela Opera&ccedil;&atilde;o Lava Jato, da Pol&iacute;cia Federal, revelou detalhes do esquema de propina.<br /> <br /> Meire Poza contou que o doleiro pagou uma d&iacute;vida de campanha do deputado Candido Vaccarezza (PT-SP). Como compensa&ccedil;&atilde;o, um assessor do parlamentar conseguiu em 2011 que um fundo de pens&atilde;o do Tocantins investisse num fundo que Youssef criara, o Viaja Brasil. Prefeitos que investiam no fundo recebiam 10% do valor aplicado como propina. &quot;E era sempre nas prefeituras do PT&quot;, afirmou.&nbsp; Em 2008, o PT elegeu 12 prefeituras no Tocantins, entre elas a de Palmas.<br /> <br /> Documentos da Pol&iacute;cia Federal revelaram agora que entre 2012 e 2013 &ndash; ou seja, sob o controle de Youssef &ndash; a Marsans Brasil conseguiu angariar cerca de 23 milh&otilde;es de reais de fundos de previd&ecirc;ncia dedicados a garantir pens&otilde;es de servidores aposentados. S&oacute; o Instituto de Gest&atilde;o Previdenci&aacute;ria do estado do Tocantins aplicou 12 milh&otilde;es de reais na empreitada.<br /> <br /> <em>&ldquo;O Vacarezza precisava pagar d&iacute;vidas de campanha. Um assessor dele me procurou em 2011 para apresentar um neg&oacute;cio com fundos de pens&atilde;o no Tocantins&rdquo;</em>, disse a contadora Meire Poza.<br /> <br /> O deputado paulista Vaccarezza afirmou n&atilde;o ter rela&ccedil;&otilde;es com Youssef nem &eacute; investigado pela PF.<br /> <br /> O doleiro Youssef foi preso em 17 de mar&ccedil;o pela Opera&ccedil;&atilde;o Lava Jato, sob acusa&ccedil;&atilde;o de comandar um esquema de lavagem que girou R$ 10 bilh&otilde;es. A contadora disse &agrave; revista que o esquema de Youssef envolvia parlamentares do PT, do PMDB e do PP.<br /> <br /> De acordo com a contadora, o doleiro era t&atilde;o ligado ao PP que comprou um helic&oacute;ptero para que os parlamentares daquele partido fizessem campanha.<br /> <br /> Tamb&eacute;m tornaram-se investidores na empresa do doleiro os fundos municipais de previd&ecirc;ncia de Cuiab&aacute; (MT), que desembolsou 3,4 milh&otilde;es de reais; e Paranagu&aacute; (PR), que gastou 2 milh&otilde;es de reais. No Nordeste, o fundo de Amontada (CE) gastou cerca de 1,6 milh&atilde;o de reais e o de Petrolina (PE) desembolsou 980.000 reais. Hortol&acirc;ndia e Holambra, duas cidades do interior paulista, aplicaram respectivamente 1,5 milh&atilde;o de reais e 980.000 reais para virar s&oacute;cias de Youssef.<br /> <br /> <em>(Com informa&ccedil;&otilde;es da Revista Veja e Folha de S.Paulo)</em></span>
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