<span style="font-size:14px;"><u>Arnaldo Filho</u><br /> <em>Portal AF Notícias</em><br /> <br /> Os doleiros viram no jovem Estado do Tocantins um local propício para ganhar dinheiro “em parceria” com governos e prefeituras. Inicialmente o doleiro Fayed Traboulsi, preso pela Polícia Federal no ano passado na Operação Miqueias, manteve relações com o ex-presidente do Igeprev, Rogério Villas Boas, e tentou aproximar-se de prefeitos. Recursos do Instituto de Previdência ainda foram investidos em empresas ligadas ao doleiro.<br /> <br /> Agora, outro escândalo nacional também teve o nome do Tocantins envolvido. Meire Bonfim da Silva Poza, ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, pivô do bilionário esquema de corrupção desbaratado pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, revelou detalhes do esquema de propina.<br /> <br /> Meire Poza contou que o doleiro pagou uma dívida de campanha do deputado Candido Vaccarezza (PT-SP). Como compensação, um assessor do parlamentar conseguiu em 2011 que um fundo de pensão do Tocantins investisse num fundo que Youssef criara, o Viaja Brasil. Prefeitos que investiam no fundo recebiam 10% do valor aplicado como propina. "E era sempre nas prefeituras do PT", afirmou. Em 2008, o PT elegeu 12 prefeituras no Tocantins, entre elas a de Palmas.<br /> <br /> Documentos da Polícia Federal revelaram agora que entre 2012 e 2013 – ou seja, sob o controle de Youssef – a Marsans Brasil conseguiu angariar cerca de 23 milhões de reais de fundos de previdência dedicados a garantir pensões de servidores aposentados. Só o Instituto de Gestão Previdenciária do estado do Tocantins aplicou 12 milhões de reais na empreitada.<br /> <br /> <em>“O Vacarezza precisava pagar dívidas de campanha. Um assessor dele me procurou em 2011 para apresentar um negócio com fundos de pensão no Tocantins”</em>, disse a contadora Meire Poza.<br /> <br /> O deputado paulista Vaccarezza afirmou não ter relações com Youssef nem é investigado pela PF.<br /> <br /> O doleiro Youssef foi preso em 17 de março pela Operação Lava Jato, sob acusação de comandar um esquema de lavagem que girou R$ 10 bilhões. A contadora disse à revista que o esquema de Youssef envolvia parlamentares do PT, do PMDB e do PP.<br /> <br /> De acordo com a contadora, o doleiro era tão ligado ao PP que comprou um helicóptero para que os parlamentares daquele partido fizessem campanha.<br /> <br /> Também tornaram-se investidores na empresa do doleiro os fundos municipais de previdência de Cuiabá (MT), que desembolsou 3,4 milhões de reais; e Paranaguá (PR), que gastou 2 milhões de reais. No Nordeste, o fundo de Amontada (CE) gastou cerca de 1,6 milhão de reais e o de Petrolina (PE) desembolsou 980.000 reais. Hortolândia e Holambra, duas cidades do interior paulista, aplicaram respectivamente 1,5 milhão de reais e 980.000 reais para virar sócias de Youssef.<br /> <br /> <em>(Com informações da Revista Veja e Folha de S.Paulo)</em></span>