<span style="font-size:14px;"><u>Da Redação</u><br /> <br /> O projeto de duplicação da BR-153, entre Anápolis (GO) e Aliança do Tocantins, já enfrenta graves entraves financeiros mesmo antes de iniciar de fato as obras. O motivo é que o pedido de financiamento feito pela Galvão Engenharia, vencedora da licitação em maio do ano passado, no valor de R$ 2,66 bilhões, está no BNDES, mas ainda não há prazo para ser liberado.<br /> <br /> Ainda não saiu sequer o empréstimo-ponte, crédito de curto prazo que, como é praxe nesse tipo de operação, é liberado na frente, enquanto o empréstimo total é analisado. A Galvão Engenharia, construtora do grupo, tem um diretor entre os presos na Operação Lava Jato da Polícia Federal.<br /> <br /> Em carta enviada no início de fevereiro para a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a concessionária Galvão BR-153, controlada pelo grupo, alerta que, caso o empréstimo-ponte não seja liberado até a próxima semana, será obrigada a interromper as obras e demitir operários.<br /> <br /> A carta alega que toda a documentação exigida foi entregue e que a concessionária não tem envolvimento com a Lava Jato mas, ainda assim, o empréstimo não sai.<br /> <br /> O Grupo Galvão informou que “aguarda liberação de linhas de crédito previstas em edital para dar sequência aos serviços”.<br /> <br /> <u><strong>Duplicação</strong></u><br /> <br /> A empresa Galvão Engenharia assinou em setembro, em Brasília, o contrato de concessão da rodovia BR-153/GO/TO, entre Anápolis (GO) e Aliança do Tocantins. Na prática, o contrato significa a instalação de nove praças de pedágio nos 624,8 quilômetros do trecho, a uma tarifa de R$ 4,979 por cada 100 quilômetros.<br /> <br /> Desses, 598,3 quilômetros deverão ser duplicados em cinco anos. Os demais 26,5 quilômetros – Travessia de Gurupi (TO) e chegada a Anápolis – já estão duplicados. A cobrança de pedágio somente poderá ter início após a conclusão dos trabalhos iniciais e da execução de 10% das obras de duplicação.<br /> <br /> A concessão vai gerar, em 30 anos, investimentos de R$ 4,3 bilhões, sendo R$ 2,7 bilhões (62,8%) nos primeiros cinco anos e R$ 1,5 bilhão nas obras de duplicação. Ainda segundo o Ministério dos Transportes, durante o prazo da concessão, a Galvão Engenharia também deverá construir o Contorno de Gurupi, com extensão estimada de 22,1 quilômetros, e implantar 24,7 quilômetros de vias marginais em travessias urbanas.<br /> <br /> <u><strong>Outros projetos</strong></u><br /> <br /> Pelo menos outros nove projetos de infraestrutura e óleo e gás de empresas ligadas à Operação Lava Jato ¬ estão sob análise de técnicos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e envolvem financiamentos de até R$ 31,1 bilhões.</span>