<div style="text-align: justify;"> <span style="font-size:14px;">Segundo o Governo do Estado, no Tocantins, a divisão tripartite dos investimentos na saúde não acontece como deveria e a maior fatia do orçamento para a Saúde fica a encargo do Tesouro Estadual. Conforme o orçamento para este ano, aprovado ainda em 2012, o governo do Tocantins vai investir mais de R$ 1,3 bilhão na área da saúde pública contando custeio hospitalar, ambulatorial e administrativo do setor no Estado.<br /> <br /> Conforme a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), os investimentos no setor nunca foram tão altos e com tamanha participação do Tesouro Estadual. Segundo os números da pasta, em 2005, 68% dos cerca de R$ 178,2 milhões investidos na Saúde eram oriundos do governo do Estado, contra 32% da União. Em 2012, no entanto, o Tesouro Estadual aplicou 85% dos mais de R$ 674,1 milhões utilizados para a manutenção da rede hospitalar, com uma contrapartida de apenas 15% de recursos de Fundos da União.<br /> <br /> Desta forma, em 2012, a cada R$ 690,45 investidos nas redes hospitalares, R$ 563,13 foram de recursos exclusivos do governo do Estado colocando o Tocantins na segunda colocação de investimentos próprios na saúde pública com 18,48% do orçamento estadual aplicado no setor. O maior percentual é do Amazonas, com 21%.<br /> <br /> No Tocantins, segundo a diretora de Gestão e Acompanhamento Estratégico da Sesau, Maria Luiza Salazar, o impacto do pouco recurso repassado pela União ao Estado e aos Municípios é sentido diretamente nos hospitais de alta complexidade como o Hospital Geral de Palmas (HGP). “A maioria dos municípios do Tocantins repassa mais do que os 15% da arrecadação – determinado em lei – para a Saúde. O que acontece é que quando você faz o procedimento, o custeio da União não é o suficiente”, explicou.<br /> <br /> Para ela, a saída buscada por gestores de saúde estaduais e municipais é a atualização da tabela de valores de procedimentos como exames e consultas, praticada pelo Sistema Único e Saúde. “A tabela SUS está defasada. Os procedimentos que compõem a tabela não se pagam com os recursos da União e os Estados tem que compensar”, pontuou.<br /> <br /> Assim, como forma de contribuir para a manutenção dos serviços de saúde nos municípios tocantinenses, um contingente de profissionais estão cedidos pela Secretaria de Estado de Saúde às cidades que necessitam. Segundo os dados da Sesau, mais de 1,3 mil profissionais, entre médicos, enfermeiros, cirurgiões dentistas e técnicos vinculados ao Estado estão atendendo nos municípios. Ao todo, são mais de R$ 94,6 milhões aplicados anualmente com esses servidores.<br /> <br /> <u><strong>Demanda de vizinhos</strong></u><br /> <br /> Além de receber as demandas vindas dos municípios pequenos do Estado, os hospitais de grande porte (Hospital Público de Palmas, Hospital de Referência de Araguaína e o Hospital de Augustinópolis) ainda atendem às demandas de estados vizinhos como o Pará e o Maranhão. De acordo com os dados da Sesau, somente em 2012, foram atendidos quase 11,5 mil pacientes vindos do Pará e quase 20 mil do Maranhão, gerando uma despesa total de R$ 5.576.307,05. Deste valor, a União participou com R$ 700 mil no ano passado, deixando um déficit de R$ 4.876.307,05 para os cofres do Estado. (Philipe Bastos)</span><br /> </div>