<div> <span style="font-size:14px;"><u><strong>Da Redação</strong></u><br /> <br /> Com a paralisação dos professores da rede estadual desde segunda-feira (24), o Governo do Estado vem usando a imprensa oficial para tentar convencer a população de que a categoria está “reclamando de barriga cheia”. <br /> <br /> Acuada pela adesão em massa dos professores ao movimento grevista, a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) usou, mais uma vez, o argumento de que o professor tocantinense recebe o 2º maior salário do país.<br /> <br /> O assunto foi destaque nos sites da Agência Tocantinense de Notícias (ATN) e da Secretaria de Educação, nesta terça-feira (25).<br /> <br /> <img alt="" src="http://www.afnoticias.com.br/administracao/files/images/atn.jpg" style="width: 300px; height: 174px; float: left;" /> <img alt="" src="http://www.afnoticias.com.br/administracao/files/images/seduc.jpg" style="width: 300px; height: 174px; float: right;" /><br /> <br /> <br /> <br /> <br /> <br /> <br /> <br /> <br /> <br /> <br /> <br /> O salário de carreira do professor efetivo tocantinense é de R$ 3.233,39. E, conforme a Seduc, este é o segundo melhor salário pago ao profissional de educação no Brasil, ficando atrás apenas do Distrito Federal (DF).<br /> <br /> De acordo com o Governo, a Secretaria de Estado da Educação e Cultura (Seduc) realizou um levantamento consultando os setores de Recursos Humanos e de Comunicação de todas as secretarias estaduais de Educação e do Distrito Federal. A constatação é que o professor do Tocantins tem um dos melhores salários do Brasil.<br /> <br /> <u><strong>Média salarial</strong></u><br /> <br /> Para que seus argumentos fiquem mais dramáticos, o Governo do Estado faz também um comparativo com a média nacional. Conforme os dados, um professor em início de carreira, nível superior, 40 horas, recebe em média R$ 2.363,38, enquanto no Tocantins o valor é R$ 3.233,39 superando em 36% a média nacional.<br /> <br /> Para a secretária da Educação e Cultura, Adriana Aguiar, o salário de carreira do professor como o segundo maior do Brasil é importante quando se avalia a valorização do profissional tocantinense. <em>“Quando mostramos que nós temos o melhor salário do Brasil estamos constatando uma situação positiva em relação aos demais profissionais do País. E sabemos que o trabalho do professor merece sempre ser valorizado. O esforço deles em sala de aula tem, sem dúvida, ajudado o Tocantins a crescer em importantes índices, como o Enem”</em>, disse.<br /> <br /> Os dados do levantamento sobre os salários de carreira referem-se ao salário bruto, sem gratificações e em início de carreira do profissional.<br /> <br /> <u><strong>Carga horária do professor</strong></u><br /> <br /> O Governo tenta também convencer de que a carga horária do professor é equilibrada entre o tempo em sala de aula e o de planejamento. No Tocantins, das 40 horas semanais, 24 horas são cumpridas em sala de aula e o restante é reservado ao planejamento. <br /> <br /> Anteriormente, o professor lecionava 32 aulas de 52 minutos cada, totalizando 1.664 minutos por semana. Atualmente são 24 aulas de 60 minutos cada, perfazendo 1.440 minutos. Comparativamente, a redução prática do trabalho do professor em sala de aula foi menor que 4 horas por semana. <br /> <br /> <u><strong>Salário é apenas uma das cobranças</strong></u><br /> <br /> A categoria lembra que a reposição salarial é apenas um dos pontos cobrados na greve. Há outros referentes à regularização dos repasses financeiros às escolas (que têm atrasos constantes desde 2011); a eleição direta para diretor de escola e o fim da interferência política; a solução definitiva para os servidores remanescentes de Goiás que mesmo incluídos no Igeprev estão com dificuldades para se aposentar, além do pagamento do retroativo das progressões do edital de 2012, prometido para janeiro de 2014 e não cumprido pelo Governo.<br /> <br /> <u><strong>Greve é legítima</strong></u></span><br /> <br /> <span style="font-size:14px;">Para o Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado (Sintet), o movimento é legítimo e mais de 500 escolas já paralisaram as atividades. Há uma reunião agendada para o próximo dia 31 deste mês, entre o Sindicato e o Governo, para discutir as reivindicações.<br /> <br /> <u><strong>Promessa de campanha eleitoral</strong></u><br /> <br /> Durante a campanha de 2010, o então candidato a governador Siqueira Campos lembrava, com orgulho, que nos seus governos o professor recebia o equivalente a 10 salários mínimos, hoje não passa de cinco. Nesse sentido, uma de suas propostas era voltar para implantar uma verdadeira política de valorização da categoria, o que até agora não aconteceu.</span></div>