Tocantins

Governo é pressionado para que grávidas voltem a ter acompanhantes na hora do parto

Presença de acompanhantes está proibida desde abril de 2020.

Por Redação 602
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27/07/2021 12h05 - Atualizado há 2 anos
Ministério Público afirma que proibição é ilegal

A presença de acompanhantes nas maternidades do Tocantins está suspensa desde abril de 2020 por força de um memorando da Secretaria Estadual de Saúde, em razão da pandemia da Covid-19. Desde então, as mulheres não podem ter alguém de sua confiança durante o parto. 

A questão já foi judicializada por meio de uma Ação Civil Pública, proposta pela Defensoria Pública do Estado, na qual questiona a legalidade da medida. O Ministério Público do Tocantins vem acompanhando o caso como fiscal da lei e cobrou do Estado a apresentação de Plano de Retomada e Avaliação de Riscos Sanitários, nas três maiores maternidades públicas do Tocantins, localizadas em Palmas, Gurupi e Araguaína.

A Promotora de Justiça Araína Cesárea D'Alessandro participou na tarde desta segunda-feira (26), de audiência para discutir o possível retorno dos acompanhantes.

Na audiência, Araína Cesárea fez referência à Nota Técnica do Ministério da Saúde para autorização do acompanhante da gestante, ressaltou que o Estado teve mais de um ano para promover medidas de segurança que viabilizassem a revogação das restrições e garantissem o direito legal das grávidas de serem acompanhadas no momento do parto, no entanto, até o momento, o ente mantém-se inerte.

“Desse modo, entende-se que a restrição ao direito da parturiente em ter um acompanhante durante o parto é ilegal, desproporcional, tendo em vista a possibilidade de adoção de medidas de proteção e segurança contra a Covid-19, como realização de testes, análise de sintomas e paramentação do acompanhante com os Equipamentos de Proteção Individuais adequados”.

Com estas considerações, a promotora de Justiça posicionou-se pela suspensão do memorando, restabelecendo o direito do acompanhante, mediante a adoção de medidas necessárias de higienização e esterilização, dentre outras, que permitam à parturiente e ao acompanhante ficarem no mesmo ambiente.

Diante da não apresentação do plano de retomada dos acompanhantes, a promotora de Justiça pediu a oitiva dos representantes das três maiores maternidades do estado e também a elaboração de um relatório pelo Conselho Regional de Psicologia sobre sequelas psicológicas e aumento da violência obstétrica, que deve ser apresentado no dia 29 de julho, data da próxima audiência.

A audiência foi presidida pelo juiz da Vara de Execuções Fiscais e Saúde de Palmas, Gil de Araújo Corrêa, e contou com a presença da promotora de Justiça Araína Cesárea D'Alessandro, das defensoras públicas Kênia Martins e Luciana Costa, além de representantes do Estado ligados à área da saúde.

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