REDD+ Tocantins

Governo Laurez suspende venda de créditos, mas diz que REDD+ segue sem interrupção

Semarh disse que o Tocantins pode vender créditos mensurados entre 2020 e 2024.

Por Redação
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10/10/2025 15h15 - Atualizado há 1 mês
Governo do Tocantins mantém avanço do JREDD+

Notícias do Tocantins – Após o governador Laurez Moreira (PSD) anunciar publicamente a suspensão da venda de créditos de carbono a partir de 2024, o próprio Governo do Tocantins divulgou informações que contradizem a decisão. Em novo conteúdo enviado à imprensa, a gestão estadual afirmou que o Programa Jurisdicional de REDD+ — voltado à redução de emissões de gases de efeito estufa por desmatamento e degradação — segue em andamento e sem interrupções.

Inicialmente, o material divulgado pela Secretaria de Estado da Comunicação (Secom), após reunião com o setor agroprodutivo na última terça-feira (7), afirma que o governador “suspendeu a venda de créditos de carbono a partir de 2024” e que o REDD+ será “rediscutido com os setores produtivo e ambiental para reavaliação”.

Em seguida, a Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) declarou que o programa “segue sem interrupção”, esclarecendo que o alinhamento solicitado pelo governador visa apenas “aprimorar e consolidar procedimentos”, sem suspender o que já está em curso nem alterar a legislação vigente.

“O Programa Jurisdicional de REDD+ seguirá incorporando as contribuições dos diferentes atores institucionais, produtivos e sociais para fortalecer sua governança e assegurar um processo transparente e de alta credibilidade”, destacou a Semarh.

Segundo o órgão, o Tocantins mantém o cronograma de comercialização dos créditos referentes ao ciclo 2020–2024, reforçando o compromisso com a transparência e a participação social. O governo afirma que o estado continua sendo uma referência nacional em governança socioambiental e em políticas climáticas baseadas em resultados.

A superintendente de Gestão de Políticas Públicas Ambientais, Marli Santos, confirmou que o Tocantins pode comercializar cerca de 20 milhões de toneladas líquidas de carbono já mensuradas entre 2020 e 2024. “Esse ciclo segue seu rito técnico de validação, verificação e registro”, disse.

O secretário do Meio Ambiente, Divaldo Rezende, que conduz as reuniões com o setor produtivo e comunidades locais, também reafirmou a continuidade técnica do projeto: “Reforçamos que o REDD+ está 100% alinhado com a legislação brasileira, incluindo o Código Florestal e as salvaguardas socioambientais.”

Contradição exposta

Apesar do discurso de revisão e diálogo, o governo termina transmitindo mensagens divergentes. Enquanto o governador anuncia a suspensão da venda de créditos de carbono — o que sugere paralisação de uma etapa fundamental do programa —, as secretarias afirmam que o processo segue normalmente, inclusive com previsão de comercialização dos créditos já apurados.

Na prática, a gestão tenta equilibrar o discurso político voltado ao setor agroprodutivo, que vinha criticando a condução do projeto na gestão de Wanderlei, com o interesse ambiental e financeiro de manter o programa ativo e reconhecido internacionalmente.

Com a divergência entre as falas do governador e as notas oficiais, o futuro da venda de créditos de carbono no Tocantins ainda carece de clareza, mesmo com o governo garantindo que o REDD+ continua em operação.

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