<div style="text-align: justify;"> <span style="font-size:14px;">Há 13 anos foi instalado em Araguaína, no Hospital Regional, o Centro de Referência de Anomalias Faciais do Tocantins (CRAFT), o único em todo o Estado credenciado pelo Ministério da Saúde a fazer o tratamento de fissura labial e a fenda palatina. O CRAFT está instalado no Ambulatório de Especialidades Médicas do hospital, no Setor Anhanguera.<br /> <br /> O Centro foi criado no ano de 2000, com o objetivo de tratar pacientes que apresentam fissura labial e fenda palatina, sendo referência não apenas para o Tocantins, mas também para outros Estados, como Maranhão, Pará e Piauí. A unidade possui uma equipe multidisciplinar, composta por sete profissionais: um cirurgião buco-maxilar, um dentista geral, dois ortodontistas, uma psicóloga e duas fonoaudiólogas. Também dá apoio para a equipe uma assistente social e uma assistente administrativa.<br /> <br /> Com uma média de 80 cirurgias por ano, o Centro já realizou mais de 800 desde quando foi criado no Tocantins. Até 2010, foram realizados 1.902 atendimentos gerais, que inclui acompanhamento com psicólogo, dentista e fonoaudiólogo. Em 2013, esse número ultrapassou a dois mil atendimentos, já que neste ano, de maio a outubro, foram realizados 191 atendimentos no ambulatório geral.<br /> <br /> A partir do primeiro atendimento, os pacientes são encaminhados para as outras especialidades. Os atendimentos são realizados em todas as terças-feiras, no ambulatório geral, e, depois, os casos são encaminhados aos profissionais competentes.<br /> <br /> De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde, no Brasil mais de quatro mil crianças nascem todos os anos com fissura labiopalatal. A cura é possível por meio de uma cirurgia que dura cerca de 45 minutos, oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).<br /> <br /> <u><strong>Profissionais</strong></u><br /> <br /> Os profissionais que compõe o CRAFT são: os ortodontistas, Leila Maria Marinho Rocha e Adelson Mota; as fonoaudiólogas Adriana Coelho de Almeida Dias e Graziela de Santos Frois; a psicóloga Ivana de Moura Septmio; a cirurgiã dentista Sônia de Jesus Moreira e o cirurgião buco-maxilar Rufino José Klug.<br /> <br /> <u><strong>Tratamento</strong></u><br /> <br /> De acordo com os profissionais, primeiramente é feito uma avaliação do caso para saber quais as prioridades de cada e quais as dificuldades que o paciente apresenta, vendo a idade, as condições socioeconômicas da família e toda uma avaliação psicológica da família e quando o paciente já tem certa idade, também é feita esta análise.<br /> <br /> Os profissionais explicam que o tratamento deve ser iniciado quando o paciente ainda é criança, mas existem casos que as pessoas buscam este tipo de atendimento quando são adultas, o que torna um trabalho mais cuidadoso por parte desses profissionais. Para a equipe, a maior dificuldade é na questão socioeconômica dos pacientes, pois a maioria vem de outros municípios e, até mesmo, de outros Estados, dependendo de recursos financeiros para chegarem até Araguaína e continuarem o tratamento. Apesar disto, eles se sentem realizados pelo trabalho que desenvolvem no Centro.<br /> <br /> “É gratificante ver o desenvolvimento dos nossos pacientes. Alguns chegam aqui ainda pequenos, com alguns meses de vida. O tratamento é prolongado e contínuo; nós acompanhamos este crescimento”, destacou a psicóloga Ivana Septmio.<br /> <br /> Para o ortodontista Adelson Mota, ele resume o trabalho feito por estes profissionais do CRAFT em uma frase: “é um serviço de alta complexidade que desenvolvemos aqui, sendo referência para o Tocantins e outros Estados”.<br /> <br /> O cirurgião buco-maxilar Rufino Klug informa que para a equipe ficar completa precisa de um cirurgião plástico, pois ainda não tem este profissional no Centro.<br /> <br /> <u><strong>Pacientes</strong></u><br /> <br /> Para os pais do pequeno Miguel, de um ano e dez meses, Roniele Barbosa de Sousa e Keila Farias Gomes, o atendimento no CRAFT foi mais uma possibilidade de ver a criança se desenvolver sem nenhum tipo de preconceito.<br /> <br /> A família mora em Palmas e, praticamente, uma vez por mês, vem a Araguaína para que Miguel seja acompanhado pelos profissionais do Centro. “Ele estava com dois meses e meio quando tivemos a primeira consulta aqui”, disse Roniele. “Como trabalho em escola e já conhecia alguns casos, não me assustei muito. Perguntei logo ao médico quando se ele faria logo a cirurgia”, explicou o pai.<br /> <br /> A mãe disse que no início ficou preocupada, pois não sabia como deveria fazer para amamentá-lo sem machucar e que pudesse crescer normalmente. “O doutor nos orientou e a gente foi se adaptando; ele mamava sentado para não engasgar. O baque foi grande, mas agora, graças a Deus e a esta equipe, está dando tudo certo”, destacou Keila. “A equipe é muito prestativa, eles estão de parabéns”, completou a mãe.</span></div>