Mais de 700 municípios têm mais da metade dos alunos em atraso escolar

Por Redação AF
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02/06/2014 08h24 - Atualizado há 5 anos
<span style="font-size:14px;"><u>Mariana Tokarnia&nbsp;</u><br /> <em>Ag&ecirc;ncia Brasil</em></span><br /> <br /> <span style="font-size:14px;">Em 738 munic&iacute;pios brasileiros, mais da metade dos alunos de escola p&uacute;blica do ensino m&eacute;dio n&atilde;o t&ecirc;m a idade adequada &agrave; s&eacute;rie em que estuda. S&atilde;o estudantes com mais de dois anos de atraso escolar. Na outra ponta, 217 de um total de 5,5 mil munic&iacute;pios t&ecirc;m menos de 10% de estudantes nessas condi&ccedil;&otilde;es.<br /> <br /> Os dados s&atilde;o do Censo Escolar do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais An&iacute;sio Teixeira (Inep). A maior parte dos munic&iacute;pios com distor&ccedil;&atilde;o idade-s&eacute;rie de mais de 50% (468) est&aacute; na Regi&atilde;o Nordeste. Quando se trata dos munic&iacute;pios com taxa menor que 10%, a maior parte, 190, est&aacute; no Sudeste.<br /> <br /> Os dados foram selecionados com o aux&iacute;lio da plataforma de dados educacionais QEdu, onde estar&atilde;o dispon&iacute;veis para consulta a partir de hoje (2). O portal &eacute; uma parceria entre a Meritt e a Funda&ccedil;&atilde;o Lemann, organiza&ccedil;&atilde;o sem fins lucrativos voltada para a educa&ccedil;&atilde;o.<br /> <br /> Os dados nacionais mostram que 32,7% dos alunos brasileiros de escola p&uacute;blica do ensino m&eacute;dio n&atilde;o t&ecirc;m a idade adequada &agrave; s&eacute;rie em que est&atilde;o. Parte desse atraso vem do ensino fundamental, onde 23,7% est&atilde;o nessa situa&ccedil;&atilde;o.<br /> <br /> Pela Constitui&ccedil;&atilde;o, os estados e o Distrito Federal s&atilde;o respons&aacute;veis, prioritariamente, pelo ensino m&eacute;dio. Segundo a presidenta da Uni&atilde;o Nacional dos Dirigentes Municipais de Educa&ccedil;&atilde;o (Undime), Cleuza Repulho, os munic&iacute;pios t&ecirc;m um dever de casa: &quot;Esse problema n&atilde;o come&ccedil;a no ensino m&eacute;dio, come&ccedil;a nos anos finais do ensino fundamental [do 6&ordm; ao 9&ordm; ano]. Trabalhar na busca ativa &eacute; fundamental, tem que abrir o dado e ver onde est&aacute; esse aluno. At&eacute; para ver se ele tem condi&ccedil;&atilde;o de continuar ou n&atilde;o, se tem alguma s&iacute;ndrome mais complicada, se est&aacute; atrasado porque ficou fora da escola&quot;.<br /> <br /> Com 21 anos, no 1&ordm; ano do ensino m&eacute;dio, Orleide Silva &eacute; um exemplo de estudante que est&aacute; fora do fluxo escolar. A idade adequada seria 15 anos. Quando tinha essa idade, no Piau&iacute;, a m&atilde;e de Silva separou-se do marido. &quot;Eu tinha que estudar &agrave; noite porque trabalhava de dia. Sustentava minha m&atilde;e e meus dois irm&atilde;os. Come&ccedil;ou a ficar muito dif&iacute;cil porque n&atilde;o tinha transporte e parei de estudar&quot;.<br /> <br /> Antes disso, ele j&aacute; tinha sido reprovado no 4&ordm; e no 6&ordm; ano do ensino fundamental. &quot;Brinquei demais&quot;. Atualmente, mora no Distrito Federal, voltou a estudar e pretende cursar filosofia para ser professor. &quot;Este ano, eu faltei um dia por motivo de servi&ccedil;o. Conhecimento &eacute; importante para tudo. Quando eu era mais jovem, s&oacute; queria curti&ccedil;&atilde;o, agora penso diferente. Ningu&eacute;m vai tirar isso de mim&quot;.<br /> <br /> No entanto, nem todos os alunos voltam a estudar. A taxa de abandono no ensino m&eacute;dio em 2012 era 9,1%, a maior do ensino b&aacute;sico regular.<br /> <br /> &quot;O atraso escolar &eacute; uma das barreiras que contribuem para que os adolescentes saiam da escola. A qualidade &eacute; o que garante a perman&ecirc;ncia da escola. Um curr&iacute;culo que contribua para a forma&ccedil;&atilde;o cidad&atilde;, que amplie os horizontes, em que o adolescente veja sentido no que v&ecirc; em sala de aula, que d&ecirc; vida e significado &agrave; vida dele, dentro e fora da sala de aula &eacute; necess&aacute;rio&quot;, analisa a oficial do Programa de Educa&ccedil;&atilde;o do Fundo das Na&ccedil;&otilde;es Unidas para a Inf&acirc;ncia (Unicef) no Brasil, J&uacute;lia Ribeiro.</span>
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