<span style="font-size:14px;">O candidato a governador do Tocantins, Marcelo Miranda (PMDB), afirmou que, se eleito, "não abre mão" do programa ‘Governo Mais Perto de Você’ e nem de seu pai, Brito Miranda, na composição de sua equipe e ainda demitirá todos os comissionados. <em>“Quero receber o Estado sem nenhum comissionado</em>”, disse. As afirmações foram feitas pela peemedebista em entrevista ao <strong>Jornal do Tocantins</strong>.<br /> <br /> Apesar dos problemas jurídicos ocasionados e que provocaram inclusive a perda do seu mandato de governador em 2009, Marcelo Miranda defendeu a legalidade do programa ‘Governo Mais Perto de Você’, afirmando que o mesmo foi aprovado pela Assembleia Legislativa e tinha orçamento próprio. <em>“Estou muito tranquilo, pois na verdade eu dei visão para muitas pessoas e vou aperfeiçoar ainda mais o programa”</em>, disse. Sobre a cassação do mandato, o candidato a classificou como perseguição política.<br /> <br /> Marcelo teve o mandato de governador cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2009 por abuso de poder político, tendo entre as acusações distribuições de lotes, óculos, cestas básicas, que ocorriam via o programa Governo Mais Perto de Você. <em>“Eu respeito às instituições judiciárias, mas estou olhando o lado da população e não acho que o programa irá confrontá-las, desde que seja sério, transparente e comprometido”</em>, argumentou. O candidato afirmou que hoje não existem mais programas sociais.<br /> <br /> Sobre as diversas denúncias feitas pelo Ministério Público Estadual (MPE) sobre supostas irregularidades em obras públicas iniciadas ou entregues durante seus governos, o candidato classificou as ações como perseguições políticas. Marcelo frisou que suas contas, com exceção de 2009 que a Assembleia Legislativa teria rejeitado por questões políticas, foram aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). Em relação à votação na Assembleia, Marcelo disse que foi perseguido, teve deputados companheiros de partidos cooptados para votar contra ele. <em>“Se eu fosse irresponsável mesmo não estaria nas praças públicas”</em>, afirmou.<br /> <br /> <u><strong>Brito Miranda no Governo</strong></u><br /> <br /> Questionado se o seu pai será indicado para compor o governo, caso seja eleito, Marcelo disse que não abre mão de Brito Miranda, porém não confirmou se ele integrará sua equipe. <em>“Eu jamais vou deixar de lado o conselheiro pai. Ele é um senhor de 80 anos que tem uma folha extensa de serviços prestados no Estado, excelente técnico e até hoje contribui com o Estado, mesmo sem cargo”</em>, relatou. O candidato acrescentou que a composição da equipe de trabalho será definida depois, mas disse que quer poupar o pai, que ele possa curtir a aposentadoria.</span><br /> <br /> <span style="font-size:14px;">Brito Miranda, 80 anos, foi secretário de Infraestrutura nos sete anos em que Marcelo governou o Tocantins. Junto com Marcelo, responde a pelo menos 55 processos de improbidade administrativa movidos pelo Ministério Público Estadual, por desvios de dinheiro público. As ações tentam recuperar os recursos desviados em obras de pontes executadas entre 2002 e 2009 dentro do contrato 403/1998. Somados os valores atribuídos pela força-tarefa do MPE em cada uma das ações, o valor total cobrado nas 55 ações é de R$ 675.887.588,97.</span><br /> <br /> <span style="font-size:14px;">O candidato não explicou como irá escolher os secretários governo, apenas afirmou que priorizará as pessoas comprometidas e técnicas. <em>“Até esse momento o meu compromisso é com a comunidade e ainda não discuti a formação da equipe com a coligação, mas estou muito tranquilo”</em>, ressaltou Marcelo.<br /> <br /> <u><strong>Igeprev</strong></u><br /> <br /> Como enfrentar a crise no Instituto de Gestão Previdenciária do Tocantins (Igeprev), Marcelo respondeu que primeiro é preciso buscar os responsáveis diretos pelas ações irregulares que ocorreu e fazer com que devolvam o dinheiro. <em>“Está tendo uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa e espero que ela tramite bem</em>”, afirmou. Em relação à proposta dos representantes sindicais dos servidores públicos de que a Diretoria Executiva seja composta por de funcionários efetivos, Marcelo avaliou como interessante eles comandarem a instituição e disse que precisa sentar com a classe.<br /> <br /> <u><strong>Comissionados vão ser demitidos</strong></u><br /> <br /> Marcelo frisou que se cometeu erros nas gestões passadas, agora não irá fazer isso. Uma mudança que ele ressaltou é que, se eleito, fará concurso público para todas as áreas. <em>“Eu vou fazer uma mudança radical, todos os comissionados terão que entregar os cargos, eu quero receber o Estado sem pessoas em cargo comissionado</em>”, frisou. Ele ponderou que tem pasta que precisará de servidor comissionado, mas a maioria será de técnicos concursados.<br /> <br /> Em relação à jornada de seis horas, Marcelo disse que é uma medida que precisa ser bem avaliada e prometeu discutir profundamente o assunto. <em>“Eu vejo que o funcionalismo público vem sendo pautado de uma forma desumana. No nosso governo o tratamento será cordial, discutir ponto a ponto”,</em> afirmou.</span><br /> <br /> <span style="font-size:14px;">Segundo dados do governo do Estado, a administração conta atualmente com 3.896 servidores exclusivamente comissionados, cerca de 10 mil contratos temporários e 1.775 funções comissionadas para servidores efetivos. Em 2008, um ano antes de ter o mandato cassado, Marcelo Miranda chegou a ter 35 mil cargos comissionados no governo. Em 14 de agosto de 2008, o Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucional a lei 1.124/2000, que permitia ao governador criar e extinguir cargos, e determinou que Marcelo exonerasse todos os servidores. Marcelo exonerou os comissionados e imediatamente os recontratou sob outra lei.</span>