Investigação

MPE apura ingresso de parentes de políticos em curso de medicina sem fazer vestibular

O inquérito vai apurar se houve favorecimento de filhos e esposa de políticos.

Por Redação 7.746
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20/03/2019 10h11 - Atualizado há 4 anos
Fundação Unirg

O Ministério Público Estadual (MPE) instaurou um inquérito para investigar possíveis interferências políticas na transferência de universitários para o curso de medicina na Fundação Unirg, em Gurupi, sul do Tocantins.

O caso foi repercutido inicialmente por Sérgio Marra, no blog Boca Maldita. Segundo a matéria, filhos de políticos e pessoas ligadas a eles conseguem facilmente fazer a transferência de cursos como odontologia e fisioterapia para medicina, o mais concorrido. Em outro caso, um jovem relatou a amigos ter feito pagamento de R$ 100 mil para conseguir a façanha.

Um dos casos citados na reportagem envolve o filho do ex-deputado federal Ângelo Agnolin, Giovano Lorenzi, que teria saído do curso de fisioterapia para medicina. Porém, segundo apurado pela reportagem, Giovano chegou a fazer a prova para transferência em 2016, mas não foi aprovado. 

Outra transferência suspeita teria sido da esposa de Antônio Carlos Barbazia, conhecido como Pakalolo, atual chefe de gabinete do prefeito de Gurupi, Laurez Moreira. 

Conforme a matéria, a mulher ‘trabalha’ como enfermeira no município e também no Hospital Regional de Gurupi e ainda encontra tempo para cursar medicina em tempo integral.

Já o atual presidente da Câmara Municipal de Gurupi, Wendel Gomides (PDT), teria conseguido transferir seu filho, Wendel Gomides Júnior, do curso de biomedicina, numa faculdade paulista, para medicina na Unirg.

O inquérito do MPE foi instaurado no dia 13 de março deste ano pela 08ª Promotoria de Justiça de Gurupi sob a responsabilidade do promotor Roberto Freitas Garcia.

No inquérito, o MPE requereu da Unirg no prazo de 15 dias informações que comprovem ou não se Anadra Pizzolato, Wendel Gomides Júnior e Giovano Lorenzi Agnolin são acadêmicos do curso de medicina na instituição.

Em caso afirmativo, o MPE também solicitou informações se o ingresso deles no curso de medicina ocorreu mediante transferência de outros cursos.

O Ministério Público quer saber também quais são os requisitos que os acadêmicos de cursos superiores na área da saúde devem preencher para requererem a transferência para o curso de medicina.

A reportagem solicitou posicionamento da Unirg, mas ainda não obteve retorno. 

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