Número de milionários no TO cresce 510% enquanto 172 mil famílias passam fome, diz Folha

Por Redação AF
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08/06/2015 11h11 - Atualizado há 5 anos
<span style="font-size:14px;">O contraste social e econ&ocirc;mico no Estado mais novo da Federa&ccedil;&atilde;o foi assunto de reportagem do jornal Folha de S&atilde;o Paulo em mat&eacute;ria intitulada: <em>&quot;No Tocantins, h&aacute; fome enquanto n&uacute;mero de milion&aacute;rios cresce&nbsp;510%&quot;</em>, publicada neste domingo (7).<br /> <br /> Segundo a reportagem, o Tocantins, um dos maiores celeiros de gr&atilde;os do pa&iacute;s, o&nbsp;Estado viu seu n&uacute;mero de milion&aacute;rios crescer 510% na &uacute;ltima d&eacute;cada, mas 172 fam&iacute;lias ainda passam fome. Exemplo dessa disparidade est&aacute; no munic&iacute;pio&nbsp;</span><span style="font-size:14px;">de Mateiros, onde&nbsp;</span><span style="font-size:14px;">o rio Galh&atilde;o empresta seu nome a realidades opostas: uma fazenda do tamanho de um quarto da &aacute;rea da cidade de S&atilde;o Paulo e uma comunidade descendente de escravos que tem na cozinha apenas sal e &oacute;leo.</span><br /> <br /> <span style="font-size:14px;">Mas essa triste realidade se repete em outros pontos do Matopiba (nova fronteira agr&iacute;cola formada por regi&otilde;es dos estados do Maranh&atilde;o, Tocantins, Piau&iacute; e Bahia).&nbsp;</span><span style="font-size:14px;">A expectativa &eacute; que, na safra 2014/&shy;2015, a nova fronteira produza 20 milh&otilde;es de toneladas de gr&atilde;os, quase 10% da&nbsp;produ&ccedil;&atilde;o nacional.<br /> <br /> Segundo a Folha de S.Paulo, o sucesso do agroneg&oacute;cio e investimentos na ind&uacute;stria de agricultura e pecu&aacute;ria quintuplicaram o n&uacute;mero de milion&aacute;rios no Tocantins.&nbsp;Na &uacute;ltima d&eacute;cada, a quantidade de pessoas com renda acima de US$ 1 milh&atilde;o saltou de dez para 61 &shy;a maior alta do pa&iacute;s, segundo a&nbsp;Receita Federal.<br /> <br /> No mesmo Estado, 37,6% dos domic&iacute;lios &shy;ou seja, 172 mil fam&iacute;lias&shy; enfrentam algum tipo de dificuldade na hora de colocar alimentos na&nbsp;mesa, segundo a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domic&iacute;lios) de 2013.<br /> <br /> <img alt="" src="http://www.afnoticias.com.br/administracao/files/images/agricultura.jpg" style="width: 300px; height: 200px; border-width: 0px; border-style: solid; margin-left: 5px; margin-right: 5px; float: right;" />Na Agr&iacute;cola Rio Galh&atilde;o, condom&iacute;nio de produtores rurais paulistas dedicado ao cultivo de 5.500 hectares de milho e soja, o maquin&aacute;rio&nbsp;moderno se mant&eacute;m a poucos quil&ocirc;metros das enxadas da comunidade quilombola.<br /> <br /> &quot;&Eacute; uma regi&atilde;o que vem se desenvolvendo muito, recebendo investimentos de produtores do Sul e de empresas de capital aberto&quot;, diz o&nbsp;empres&aacute;rio paulistano S&eacute;rgio Bueno, 47, cuja fam&iacute;lia comprou terras na regi&atilde;o em 1986.<br /> <br /> Nos limites da fazenda de Bueno, ficam as casas de taipa com teto de palha onde vivem cerca de 200 moradores da comunidade&nbsp;Galh&atilde;o.<br /> <br /> &quot;Faz tempo que a gente est&aacute; aqui. Os filhos e os netos s&atilde;o todos nascidos e criados nesta terra, ningu&eacute;m nunca saiu&quot;, diz a agricultora&nbsp;aposentada Maria de Lurdes Gomes, 59. M&atilde;e de 12 filhos e av&oacute; de tantos que nem lembra o n&uacute;mero, ela divide um aposento com o&nbsp;</span><span style="font-size:14px;">marido e quatro netos.<br /> <br /> Enquanto as terras de Bueno produzem 12 mil toneladas de milho por safra, os moradores da Galh&atilde;o plantam mandioca para comer e&nbsp;vendem o pouco que sobra.<br /> <br /> Uma vez por m&ecirc;s, toda a fam&iacute;lia se re&uacute;ne na casa de Maria para produzir farinha a partir da mandioca colhida. As filhas se revezam&nbsp;para mexer a farinha durante o preparo, enquanto os homens moem e secam a mandioca. &quot;N&atilde;o dura muito. Os meninos t&ecirc;m muita&nbsp;fome&quot;, diz Maria.<br /> <br /> <u><strong>Quilombolas</strong></u><br /> <br /> No Tocantins, 27 comunidades s&atilde;o reconhecidas como quilombolas pela Funda&ccedil;&atilde;o Cultural Palmares, mas nenhuma tem o t&iacute;tulo de&nbsp;posse da terra. &quot;Antes a gente plantava arroz, feij&atilde;o, milho, ab&oacute;bora. Mas agora n&atilde;o. O espa&ccedil;o est&aacute; pouco demais por causa das&nbsp;fazendas, estamos cercados&quot;, reclama Maria, que recebe um aux&iacute;lio de R$ 110 mensais do Bolsa Fam&iacute;lia.<br /> <br /> O isolamento e a p&eacute;ssima condi&ccedil;&atilde;o das estradas dificultam a obten&ccedil;&atilde;o de alimentos que ela n&atilde;o planta mais, como arroz e feij&atilde;o.&nbsp;Cerca de 50 quil&ocirc;metros separam sua casa do mercado mais pr&oacute;ximo, no centro de Mateiros (a 160 km da capital, Palmas).</span><br />
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