Petrobrás pode ter perdas de R$ 21 bilhões com escândalo

Por Redação AF
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19/11/2014 07h54 - Atualizado há 5 anos
<span style="font-size:14px;">O banco americano Morgan Stanley foi um dos primeiros a divulgar a investidores uma estimativa das eventuais perdas com os desvios citados na Opera&ccedil;&atilde;o Lava Jato, da Pol&iacute;cia Federal. Para o Morgan, as perdas podem chegar a R$ 21 bilh&otilde;es, o que comprometeria todo o lucro de 2014 da estatal.<br /> <br /> O Morgan Stanley fez suas estimativas com base na informa&ccedil;&atilde;o dada pelo ex-diretor da Petrobr&aacute;s Paulo Roberto da Costa de que as propinas representaram 3% do que foi investido pela empresa nos &uacute;ltimos anos. Levando em conta uma margem de erro, o banco considerou perdas de 1% a 5%, o que significariam baixas cont&aacute;beis entre R$ 5 bilh&otilde;es e R$ 21 bilh&otilde;es.<br /> <br /> Neste &uacute;ltimo caso, se o registro das perdas na contabilidade for feito todo neste ano, n&atilde;o haver&aacute; pagamento de dividendos para os detentores das chamadas a&ccedil;&otilde;es ordin&aacute;rias (com direito a voto nas principais decis&otilde;es das empresas).<br /> <br /> Os bancos est&atilde;o fazendo as contas depois que a pr&oacute;pria Petrobr&aacute;s admitiu que ter&aacute; de reduzir o valor de seus ativos caso sejam confirmadas as den&uacute;ncias de corrup&ccedil;&atilde;o. Al&eacute;m disso, v&aacute;rios analistas financeiros alertam os investidores para a redu&ccedil;&atilde;o no pagamento de dividendos este ano e retiram a recomenda&ccedil;&atilde;o para a compra das a&ccedil;&otilde;es da Petrobr&aacute;s.<br /> <br /> Os analistas do banco Safra que at&eacute; ontem acreditavam que as a&ccedil;&otilde;es da Petrobr&aacute;s teriam desempenho melhor do que outras a&ccedil;&otilde;es, sugerindo oportunidade de compra, rebaixaram a a&ccedil;&atilde;o para &quot;neutro&quot;, ou seja, nem comprar, nem vender.<br /> <br /> <u><img alt="" src="http://www.afnoticias.com.br/administracao/files/images/petrobrasarte2.JPG" style="width: 450px; height: 384px;" /></u><br /> O Ita&uacute; BBA disse em relat&oacute;rio assinado por seus analistas que a cada R$ 1 bilh&atilde;o de registro de baixa cont&aacute;bil que a Petrobr&aacute;s tenha de fazer, os detentores de a&ccedil;&otilde;es com direito a voto, que deveriam receber R$ 0,37 por a&ccedil;&atilde;o, v&atilde;o receber R$ 0,02 menos. Na pr&aacute;tica, se o rombo for de R$ 10 bilh&otilde;es, o dividendo a ser pago cair&aacute; pela metade.<br /> <br /> <u><strong>Contas p&uacute;blicas. </strong></u><br /> <br /> Um dos maiores prejudicados seria o pr&oacute;prio governo federal que &eacute; dono de mais de 50% dessas a&ccedil;&otilde;es e espera fechar as contas com esses dividendos. O BNDES tem outros 10%. J&aacute; os investidores estrangeiros, que possuem a a&ccedil;&atilde;o negociada em Nova York, t&ecirc;m quase 20%. Os investidores que t&ecirc;m a&ccedil;&otilde;es preferenciais ser&atilde;o menos afetados porque, pela lei, a Petrobr&aacute;s &eacute; obrigada a pagar dividendo m&iacute;nimo, mesmo que tenha preju&iacute;zo.<br /> <br /> Os relat&oacute;rios dos analistas se mostram cautelosos, mas alertam para o potencial de a situa&ccedil;&atilde;o da Petrobr&aacute;s se agravar caso permane&ccedil;a por um longo per&iacute;odo sob investiga&ccedil;&atilde;o a ponto de impedir que os auditores avalizem seu balan&ccedil;o at&eacute; meados do pr&oacute;ximo ano. Se o balan&ccedil;o anual n&atilde;o for auditado e publicado at&eacute; l&aacute;, a empresa n&atilde;o ter&aacute; como refinanciar sua d&iacute;vida que vence em 2015 e poder&aacute; ser for&ccedil;ada a pagar antecipadamente, de uma s&oacute; vez, US$ 57 bilh&otilde;es em empr&eacute;stimos, segundo dados do Morgan.<br /> <br /> Quando a empresa faz um empr&eacute;stimo, ela se compromete a manter margens financeiras do seu neg&oacute;cio, que servem como garantia de solv&ecirc;ncia, e tamb&eacute;m prestar informa&ccedil;&otilde;es atualizadas. Entre essas informa&ccedil;&otilde;es, est&atilde;o os balan&ccedil;os auditados por empresas independentes. Na semana passada, a PricewaterhouseCoopers se negou a assinar o balan&ccedil;o trimestral antes do fim da investiga&ccedil;&atilde;o que est&aacute; sendo feita para apurar as perdas com os desvios nas refinarias Abreu e Lima e Comperj. (Estad&atilde;o)</span>
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